Com esta detenção, revelada pelos media moçambicanos, aperta-se claramente o cerco ao ex-Presidente Guebuza que, para além do seu filho, no Sábado, viu ainda ficar sob custódia das autoridades de Maputo, na quinta-feira, Inês Moiane, sua antiga secretária pessoal.

Recorde-se que estas detenções surgem no âmbito de um complexo e intrincado esquema que envolvida empréstimos de mais de 2.000 milhões de dólares obtidos de forma secreta durante dois anos, entre 2013 e 2014, quando era Chefe de Estado Armando Guebuza (na foto), com recurso a empresas ligadas ao sector das pescas que serviram de trampolim para branqueamento de capitais, enriquecimento ilícito e corrupção, com recurso ao sistema bancário dos Estados Unidos.

Neste período chegaram a ser noticiadas situações de grande esbanjamento por parte dos filhos e outros familiares de Armando Guebuza, que se vê, agora, envolvo num pesado manto de suspeitas sobre o seu próprio envolvimento nestas ilegalidades.

Esta sucessão de detenções acontece como corolário de mais de três anos de investigação e teve início com um mandado das autoridades norte-americanas de detenção de Manuel Chang, que foi um poderoso ministro das Finanças de Guebuza, e que acabou por ser preso na África do Sul, onde ainda se encontra detido à espera de ser extraditado para os EUA.