O ataque teve lugar na manhã de Domingo, altura em que o grupo armado disparou contra a carrinha de transporte de pessoas, com caixa aberta, e, depois de obrigar o veículo a parar, obrigou os passageiros a descer, atacando-os de seguida com extrema agressividade, a golpes de catana e machados.

Entre os mortos estão seis mulheres e o motorista da carrinha, que foi decapitado no local.

Os ataques por grupos de bandidos começaram nesta província de Moçambique, em 2017, tendo sido o inicial, apanhando as autoridades locais de surpresa, em Macímboa da Praia, no mês de Outubro.

As autoridades moçambicanas já perderam a conta aos ataques deste tipo, contando-se já na ordem das dezenas.

Mas, como lembra a Lusa, existe uma coincidência temporal entre estes ataques e as notícias de arranque de projectos de exploração de gás natural na região.

Os ataques têm acontecido fora da zona de implantação da fábrica e outras infra-estruturas das empresas petrolíferas que vão explorar gás natural, na península de Afungi, distrito de Palma, na região, e cujas obras avançam com normalidade.

De acordo com números oficiais, cerca de 100 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança, morreram desde que a onda de violência começou naquela zona do país.

Na semana passada, o Ministério Público (MP) de Moçambique juntou mais cinco nomes à lista de cerca de 200 pessoas acusadas da autoria dos ataques armados em Cabo Delgado, segundo a acusação, a que a Lusa teve acesso.

Na acusação do MP, que data de 24 de Dezembro, o empresário sul-africano Andre Hanekom, de 60 anos, é agora apontado como "financiador, logístico e coordenador dos ataques", cujo objetivo era "criar instabilidade e impedir a exploração de gás natural na província" de Cabo Delgado, a cerca de 2.000 quilómetros a norte de Maputo, no extremo norte de Moçambique, junto à Tanzânia.

Inicialmente, chegou a ser noticiado que se tratavam de grupos islâmicos radicalizados.