Daniel Prude foi detido a 23 de Março quando corria nu pelas ruas de Rochester. Antes, o irmão tinha ligado para a polícia para o número de emergência para informar que o irmão tinha saído de casa e tinha problemas mentais.

Os vídeos divulgados pela família mostram Prude a obedecer às forças policiais, colocando as mãos atrás das costas. Foi algemado e encapuzado com um "spit hood", capuz usado para evitar que os detidos cuspam e mordam.

Os vídeos das câmaras dos uniformes dos polícias divulgados pelo irmão de Prude, mostram imagem muito semelhantes às que foram vistas por todo o mundo aquando do assassinato de George Floyd: Prude pediu que lhe fosse retirado o capuz, um polícia atirou-o ao chão, outro manteve-lhe a cabeça pressionada contra o solo, e um terceiro colocou-lhe um joelho sobre as costas. Dois minutos depois, a vítima parou de se mexer e de falar. Morreu a 30 de Março, depois de ter sido desligado do suporte de vida.

"Fiz uma chamada para pedir ajuda para o meu irmão e não para fazer com que fosse linchado", disse Joe Prude, irmão da vítima, numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, 02, em que divulgou os vídeos das câmaras dos uniformes dos polícias e os relatórios escritos, que conseguiu através de um requerimento de acesso a registos públicos.

"Quantos mais irmãos têm de morrer para que a sociedade compreenda que isto tem de parar?", perguntou.

Segundo o relatório da autópsia, pelo jornal local Democrat and Chronicle, a morte de Prude foi justificada por "complicações de asfixia em contexto de constrangimento físico".

Os polícias, de acordo com o New York Times, não foram suspensos das suas funções, mas a procuradora-geral do estado de Nova Iorque, Letitia James, num comunicado divulgado depois da conferência de imprensa da família de Prude, em que considerou o caso como uma "tragédia", informou que já há uma investigação judicial em curso.