Este programa, que visa responder a uma das mais graves crises de desemprego no mais populoso país do continente africano e o seu maior produtor de petróleo, denominado Empregos Públicos Especiais (SPW, na sigla em inglês), vai garantir salários a 750 mil jovens sem qualificações na casa das 20 mil nairas (pouco mais de 50 dólares).

Este valor está abaixo do salário mínimo nigeriano, que é de 30 mil nairas, mas os observadores da realidade económica do país consideram que se trata de um importante apoio para uma população extremamente desprotegida e sem soluções no actual contexto de crise económica gerado pela pandemia da Covid-19, mas também por causa da queda do preço do crude nos últimos anos e um conjunto de políticas federais contrárias à natureza informal do modo de visa da maioria da população.

Actualmente, segundo dados oficiais citados pela imprensa local, a população com menos de 24 anos sem emprego chega aos 14 milhões, em cerca de 200 milhões de habitantes, sendo que 80 por cento da população global vive com menos de 1 USD por dia, o que corresponde a um valor, de acordo com as normas internacionais, abaixo da linha de pobreza severa.

Lagos, a capital económica da Nigéria, com mais de 20 milhões de habitantes, concentra uma larga percentagem de jovens sem emprego e a viverem em gigantescos bairros de lata, sem o mínimo de condições, o que tem contribuído para um conjunto de protestos de rua dos quais resultaram cenenas de mortos.