Desde que Donald Trump chegou à Presidência dos EUA, há mais de dois anos, a tensão militar com a Coreia do Norte e entre as duas Coreias - Norte e Sul - observou altos e baixos, desde a ida de mãos dadas com Kim Jong un à linha de fronteira que separa o norte e o sul, até às acusações vigorosas de destruição mútua entre "o alucinado" americano e o "pequeno homem foguete" norte-coreano.

Entretanto, aquilo que parecia ser o grande triunfo da diplomacia musculada norte-americana, o desanuviamento nuclear da Coreia do Norte, que tinha este fim-de-semana um dos seus esperados momentos altos... parece estar a desmoronar-se e a deixar no seu lugar um novo período de perigosa tensão.

Isso, se for para levar em linha de conta as palavras do enviado especial de Kim Jong un a Estocolmo, que anunciou o fracasso das conversações ao mesmo tempo que apontava o dedo acusatório aos Estados Unidos da América, apesar de ter sido a Coreia do Norte a interromper um relativamente longo período de acalmia com a retoma dos testes de mísseis disparados para o Mar do Japão.

Kim Myong, crê-se que logo após o início do mal estar entre as duas delegações, disse aos jornalistas em Estocolmo que os trabalhos não estavam a "correr de acordo com as expectativas" e estão "claramente a falhar" devido à "ausência de progressos" porque os EUA "não deixaram a sua atitude habitualmente arrogante".

Face a este impasse, ou mesmo falhanço, fica agora por saber se a Cimeira entre os Presidente Trump e Jong un, que estava anunciada para breve, se vai realizar, depois de, no início deste ano, os dois terem estado a conversar pessoalmente e o terem feito de novo em Junho.

Os EUA recusam aceitar que as conversações tenham falhado, garantem que as afirmações de Kim Myong não correspondem ao espírito das negociações e que está tudo em aberto, apesar de a Coreia do Norte mostrar que assim não é, porque não houve qualquer amaciar das sanções que Washington mantém sobre Pyongyang a ponto de criar fortes restrições a este país por causa dos testes nucleares

Para o porta-voz da delegação americana, Morgan Ortagus, a seguir às pouco amistosas palavras de Kim Myong, disse que aquelas não estão de acordo com o que se passou à mesa das negociações, que, durante mais de oito horas, evoluíram positivamente, estando, inclusive, agendado um novo encontro para o final deste mês.