Putin, que já manda na Federação Russa desde 1999, apesar de, de permeio, ter sido primeiro-ministro, cedendo temporariamente o lugar de Presidente a Dmitry Medvedev entre 2008 e 2012, de forma a garantir a normalidade constitucional, conseguiu agora uma emenda à Constituição que lhe vai proporcionar estar à frente do país por mais empo que qualquer outro, incluindo o longo reinado dos czares, cujo último, Nicolau II, foi deposto em 1917.

Para além de criar uma auto-estrada para o cargo vitalício do "czar" Putin, esta reforma constitucional impõe ainda limitações democráticas, nomeadamente no capitulo da religiosidade, sublinhando que na Rússia crê-se em Deus, e nos costumes, com a proibição do casamento homossexual.

Com estas alterações à Lei fundamental, a Rússia passa a permitir que um Chefe de Estado se mantenha por três mandatos de seis anos e isso foi tudo garantido por mais de 77% dos votantes que se pronunciaram no "referendo", garantindo ao Kremlin responder às críticas internas e externas com a maior absoluta de votos a aprovar as propostas de alteração constitucional.

Sem estas alterações, Vladimir Putin teria de deixar o cargo em 2024, embora, como te sido hábito, pudesse colocar um "substituto" dócil no seu lugar enquanto mantinha as rédeas do poder na qualidade de primeiro-ministro, como fez entre 2008 e 2012, com Medvedev.

Estas aprovações saíram de uma votação popular sobre as quais tanto interna como externamente foram proferidas acusações de manipulação e ausência de controlo democrático.