"Este acordo está em linha com a visão da SADC e de África de uma região pacífica e em condições de avançar para a prosperidade", afirmou Hage Geingob.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, assinaram hoje em Maputo o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, para encerrar, formalmente, meses de violência armada no país.

O pacto lança uma mensagem de esperança para a África Austral, em particular, e para o continente africano, em geral, porque foi removida uma fonte de instabilidade, considerou Hage Geingob.

"Se quiserem voltar a lutar, lutem, que nós não estaremos cá", ironizou o presidente em exercício da SADC.

A estabilidade, prosseguiu o chefe de Estado da Namíbia, é um pilar para o desenvolvimento económico e social dos países e um alicerce para o ideal da integração regional e continental.

Entretanto, a Embaixada dos Estados Unidos em Maputo considerou este Acordo de Paz o anúncio de uma nova era para o país.

"A assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação entre o Governo da República de Moçambique e a Renamo [na terça-feira], poucos dias após a assinatura do cessar-fogo permanente, anuncia para esta grande nação uma nova era", lê-se num comunicado distribuído à imprensa.

Para a embaixada norte-americana, a assinatura do acordo abre a oportunidade para "uma vida melhor" para os moçambicanos, que, apesar deste marco, têm ainda desafios pela frente.

"Haverá desafios pelo caminho, mas Moçambique está mais bem equipado para enfrentar esses desafios como um povo unificado empenhado em construir, pedra a pedra, uma democracia forte e vibrante", refere o comunicado, acrescentando que Estados Unidos continuarão a apoiar os participantes no processo de paz e reconciliação através do quadro do Grupo de Contacto Internacional.

Por sua vez, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação portuguesa, Teresa Ribeiro, disse que este país, antiga potência colonial, olha para o Acordo com "muita esperança", considerando-o o "corolário formal de um processo que já foi iniciado".

"Portugal olha para este acordo com muita esperança, com muita confiança e certo de que este é o passo importantíssimo para que Moçambique possa finalmente ter paz e estabilidade", disse a governante, citada pela Lusa.

O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional hoje assinado é o terceiro entendimento entre as duas partes, uma vez que, além do Acordo Geral de Paz de 1992, que acabou com uma guerra civil de 16 anos, foi assinado em 05 de Setembro de 2014 o acordo de cessação das hostilidades militares, que terminou, formalmente, com meses de confrontação na sequência de diferendos sobre a lei eleitoral.

Após a assinatura do acordo de 2014, o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas voltaram a envolver-se em confrontos, na sequência da recusa do principal partido da oposição em reconhecer os resultados das eleições gerais.