Através de um vídeo com cerca de dois minutos, publicado ontem, 9, no YouTube, e partilhado no Facebook e Twitter, Sindika Dokolo apresenta, com vários concidadãos, o novo movimento cívico da República Democrática do Congo (RDC), seu país natal.

Intitulado "Les Congolais Debout" - que se pode traduzir por "Os Congoloses de Pé" -, o projecto define-se como apolítico e defende a alternância do poder na RDC, ainda em 2017, como forma de "salvar" o país.

"Se, tal como nós, pensa que a RDC está a sofrer com as traições dos seus dirigentes, torne-se um Congolês de pé", exorta, no vídeo, o genro do Presidente José Eduardo dos Santos.

De acordo com a mensagem, a iniciativa tem um carácter não-violento, e visa despertar a consciência colectiva dos congoleses.

Para isso, antecipa-se no apelo, serão organizadas manifestações pacíficas e vigílias em Kinshasa.

A par da mobilização no terreno, o movimento aposta numa plataforma online onde os apoiantes se podem inscrever, criando-se uma comunidade virtual em defesa da mudança de regime da RDC.

O movimento está aberto a membros de todos os partidos políticos e a todas as organizações da sociedade civil, reforçando a oposição a Joseph Kabila por parte de Sindika Dokolo, que, no entanto, descarta quaisquer ambições políticas.

"A minha motivação não é posicionar-me no xadrez político congolês. Há políticos e candidatos à Presidência suficientes", disse o empresário em entrevista à edição Agosto-Setembro da revista Afrique Magazine.

À mesma publicação, Dokolo defendeu que "o que falta no país é a tomada de consciência colectiva de que é preciso defender as conquistas democráticas" perante Kabila, que acusa de ter tomado o gosto ao poder, ao ponto de se manter pela força, instrumentalizando a justiça e os serviços de segurança.

"A partir do momento em que as instituições de um país se tornam reféns dos seus dirigentes, cabe a cada cidadão agir segundo a sua consciência", sublinhou o empresário, em protesto contra o caos que se instalou na RDC.

Para Sindika Dokolo, a liderança de Kabila "criou uma espiral de violência que só acabará com a sua saída".