As milícias do YPG foram fundamentais no apoio ao combate aos radicais do estado islâmico "daesh" mas a Turquia, porque tem pretensões territoriais no denominado Kurdistão sírio - que abrange partes do Iraque, Síria e Turquia embora não seja reconhecido pela comunidade internacional -, considera estes combatentes uma força terrorista e usa essa designação artificial para sustentar esta invasão do território da Síria para chegar às áreas administradas pelos curdos.

Erdogan disse que as suas forças militares iniciaram a operação que já estava a ser preparada há semanas e teve um impulso decisivo nos últimos dias, depois de na segunda-feira o Presidente dos EUA ter anunciado a retirada das suas tropas das áreas visadas pela Turquia, deixando o caminho livre para esta iniciativa que já foi severamente criticada por vários países.

A Rússia, pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, já chamou a atenção para o facto de este poder ser o início de uma fogueira incontrolável no Médio Oriente, referindo-se à decisão norte-americana de caucionar das intenções bélicas de Ancara, capital da Turquia, sobre o "Curdistão" sírio.

Donald Trump disse mesmo que os EUA nunca deveriam ter ido com militares para o Mèdio Oriente, apesar de ter acabado, nas últimas semanas, de enviar mais uns milhares de soldados para a Arábia Saudita após os ataques de 14 de Setembro à indúsia petrolífera desta país pelso rebeldes Houthis, do Iémen.

Recorde-se que os curdos, cujas unidades militares mais famosas são as integradas por mulheres, foram quem fez a mais forte resistência aos avanços dos radicais do daesh - as mulheres nestas áreas são as que mais liberdades políticas e sociais têm em todo na generalidade do Médio Oriente, e foram apoiadas pelos EUA, com material militar e dinheiro, tendo na sua guarda milhares de terroristas que pdoem, agora, ter uma oportunidade para fugir das cadeias do YPG.

As autoridades locais, com autonomia administratia limitada, emitiram um apelo geral para a defesa popular da região face ao avanço das forças turcas, mas, sem o apoio norte-americano, a capacidade de resistência curda deve ser limitada face ao poderio turco - a Turquia tem o maior Exercito da NATO -, que colocou largos milhares de homens nesta ofensiva e material pesado, desde centenas de tanques, peças de artilharia de longo alcance, várias unidades de elite e ainda a sua poderosa Força Aérea.

Várias lideres comunitárias ouvidas pela televisão do Qatar, a Al Jazeera, disseram temr um massacre e nem a possibilidade de deixar a região se coloca porque não têm para onde ir.

A única possibilidade de evitar um anho de sangue é, como divulga a Lusa, a negociação de última hora.

As milícias curdas na Síria pediram a Moscovo que seja intermediário nas negociações com o Governo sírio, no seguimento da invasão militar da Turquia no país, anunciou hoje em comunicado a administração curdo-síria.

No comunicado, a liderança curdo-síria informou que está a responder positivamente aos pedidos de Moscovo, que incentivou os curdos e o governo sírio a resolverem as suas diferenças por meio de negociações.

Uma autoridade curda na Síria disse ainda que a milícia curda apelou a Damasco "e outras partes" antes da operação militar turca.

O funcionário, que falou sob condição de anonimato por não ter autorização para falar com jornalistas, recusou-se a fornecer detalhes e acrescentou que ainda não existe qualquer acordo.

A chamada para negociações com Damasco reflete o desespero das forças curdas após a retirada das forças norte-americanas, deixando a milícia curda exposta a ataques da Turquia.

Recorde-se que a justificação inicial de Erdogan para esta controversa iniciativa militar é criar uma zona zona segura na área de fronteira através da expulsão das forças curdas, na qual pretende recolocar largas centenas de milhares de refugiados sírios actualmente em território turco.

Esses mesmos refugiados são resultado directo de longos anos de guerra civil na Síria, na qual participaram, e participam, dezenas de grupos miliares, incluindo radicais islâmicos, e na qual a Rússia interveio em defesa do regime de Bashar al Hassad.

Tanto as Nações Unidas, como a Rússia, a União Europeia, entre outros, como o vizinho Irão, já manifestarem fortes preocupações com este avanço militar turco na Síria.