"Kabila vai permanecer na presidência durante mais um ano", anunciou Martin Fayulu, da oposição da RDC, explicando que a continuidade do Chefe de Estado tem como contrapartida o compromisso de não se recandidatar a um novo mandato, à luz do que estabelece a Constituição.

O acordo, que terá de ser aprovado por todos os delegados envolvidos nas negociações de paz - que decorrem sob mediação da Igreja Católica -, é ainda visto com alguma desconfiança, pelo menos a avaliar pelas declarações de Jean Marc Kabund, secretário-geral do UDPS, o maior partido da oposição na RDC.

Alertando para o facto de o acordo ainda não estar fechado, Kabund lembrou, contudo, que as conversações terminam hoje. "Ou vai ou racha", sublinhou o responsável.

Por enquanto, o clima é de tréguas, após mais uma semana de violentos e sangrentos confrontos, marcada pelo fim do segundo - e de acordo com a Constituição último - mandato de Kabila na presidência do país.

Depois de a organização Human Rigths Watch ter alertado, na terça-feira, 20, para a morte de pelo menos 26 pessoas em protestos contra o Presidente Joseph Kabila, as Nações Unidas agravam o balanço da contestação, falando em pelo menos 40 mortos e 460 detidos na sequência de manifestações para pressionar a saída de Kabila do poder.

"Durante a semana, o gabinete conjunto das Nações Unidas para os Direitos do Homem na RDC (CCNUH) documentou pelo menos 40 mortes de civis em Kinshasa, Lubumbashi, Boma e Matadi, principalmente de pessoas protestando contra a recusa do Presidente Joseph Kabila em se demitir no final do mandato oficial, a 19 de Dezembro", indicou a ONU num comunicado divulgado hoje.