Com epicentro numa zona remota e em plena área de densa floresta tropical da RDC, na área de Likati, junto à fronteira com a República Centro-Africana, esta é já a oitava epidemia de Ébola ocorrida no país desde 1976, mas acontece cerca de um ano após o fim de uma outra epidemia da mesma doença ocorrida na África do Oeste, que fez mais de 11 mil mortos e cerca de 30 mil contaminações.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), que já tem equipas no terreno, sublinhou que esta epidemia pode ser potenciada pela inacessibilidade e despovoamento da área em que alastra, embora esse factor possa também tornar mais difícil a sua chegada a áreas mais densamente povoadas.

Para já, tanto a Nigéria como outros países vizinhos deram início a medidas profilácticas, sendo que a instabilidade na RCA e no Sudão do Sul, os mais próximos do epicentro da epidemia, façam recear pela eficácia das medidas de contenção aplicadas.

É perante este cenário, e tendo em conta os resultados trágicos da mais recente epidemia desta doença em África, no Oeste, especialmente em países como a Serra Leoa, Libéria, Guiné-Conacri e Nigéria, onde morreram mais de 11 mil pessoas e o impacto social e económico tremendo, que a UE se está a posicionar na linha da frente do apoio internacional ao seu combate, reagindo, como o Novo Jornal online noticiou no fim-de-semana, ao pedido nesse sentido da OMS.

Para isso, segundo o porta-voz da Comissão Europeia para a ajuda humanitária, Carlos Martin, citado pelas agências, estão a ser delineadas as estratégias adequadas pelo Centro Europeu de Coordenação da Resposta a Emergências.

A UE está "totalmente empenhada em fornecer o apoio necessário", garantiu, sublinhando que esse apoio pode passar pelas áreas da organização logística até ao envio de equipas médicas caso venham a ser solicitadas.

Até ao momento foram confirmadas três mortes por Ébola e cerca de uma dezena de casos suspeitos de contaminações.

Uma das razões para o receio de esta epidemia ganhar maior dimensão é a profunda instabilidade que a RDC vive, tanto política, devido ao impasse eleitoral em Kinshasa, como étnico, devido aos conflitos que ocorrem em várias províncias, nomeadamente as do Kasai, vinhas de Angola, e ainda as provocadas por guerrilhas estrangeiras, como é o caso dos Kivu, Norte e Sul.