Como a memória é curta, tem-se colocado o foco do desconforto e das tensões recentes no chamado "caso Manuel Vicente". Esquece-se quem assim pensa que em 2013 o então Presidente José Eduardo dos Santos introduziu de modo infeliz, deselegante e despropositado o tema do fim da parceria estratégica com Portugal num discurso sobre o Estado da Nação Angolana. Porque decorriam investigações em Portugal sobre governantes e outros angolanos, não houve qualquer hesitação em pôr em causa as relações entre Estados e até entre os governos na ocasião, que eram consideradas excelentes. Escrevi, na altura, que a única atitude séria das autoridades angolanas seria contratar bons advogados e aguardar serenamente pelos resultados de tal investigação, e não agir no sentido de fazer transparecer que já se sabia que os investigados eram inocentes, ou, o que era pior, que se estaria a pressionar os investigadores num certo sentido.

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