Para atravessar esse momento delicado, a par da necessária responsabilidade cívica e social das pessoas, a título individual, das empresas privadas e das famílias, mais do que nunca, as instituições públicas devem:

Em primeiro lugar, dar mostras de transparência, colocando à disposição dos cidadãos o máximo de informações credíveis, confiáveis e objectivas, para que estes possam compreender o que se passa e como se devem posicionar, perante a crise;

Em segundo lugar, proporcionar aos cidadãos interessados oportunidades de participação, através de mecanismos de auscultação e concertação sérios, que lhes permitam contribuir com opiniões, iniciativas ou de outra forma qualquer, privilegiando aquelas pessoas, empresas ou comunidades, que serão fortemente afectadas, pelas decisões que vierem eventualmente a ser tomadas;

E, em último lugar, as instituições do Estado devem dar mostras de que têm um controlo efectivo, quer da situação económica, quer da situação sanitária, exercendo as suas funções com base no estado democrático e de direito. Haverá necessidade de se monitorar, em alguns casos, diminuir noutros e, nos casos
de maior risco, suspender actividades económicas, que envolvam deslocamento, eventos públicos e encontros.

Não queremos e não podemos arriscar a saúde das pessoas, mas é importante, também, saber que alternativas terão aquelas pessoas, cujos meios de sustento dependem, única e exclusivamente, de tais actividades.

Para quem governa, a prioridade número um, em momentos como este, deve ser a de proteger e dar mais dignidade às pessoas que se encontram em maior vulnerabilidade social e económica.

São importantes as acções que estimulem e viabilizem práticas individuais e colectivas, visando diminuir os níveis de contágio, mas não nos podemos esquecer de que temos de encontrar, em face desta situação, outras medidas que visam contribuir para o fortalecimento económico das pessoas mais desfavorecidas, para que possam sobreviver, com o mínimo de dignidade e enfrentar os negativos impactos desta crise sobre as suas vidas.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)