Felizmente, o sistema eleitoral e, com ele, a justiça americana, demonstraram ser totalmente insensíveis às mais variadas tentativas de distorção e manipulação populistas, que caracterizaram, no essencial, a política de Donald Trump.

Aguarda-se agora, com expectativa, pelo discurso que Joe Biden fará na tomada de posse, no dia 20 de Janeiro deste ano, não sem que se registem as felicitações apresentadas pelo presidente Jair Bolsonaro, Vladimir Putin e, pouco antes, por Xi Jinping.

Registamos estas felicitações porque elas não foram apresentadas após a convicção que se foi gerando, com a contagem dos votos dos Estados Federados americanos mais problemáticos, de que Joe Biden seria o próximo Presidente dos EUA.

Este facto, aparentemente protocolar, tem significado político.

Ele traduz que a política externa americana não continuará a mesma com Joe Biden, parecendo claro que os EUA restruturarão as suas alianças neste mundo multipolar, nomeadamente com a Europa, esta essencial para a defesa de princípios e valores da própria democracia.

Princípios e valores, estes, aliás responsáveis por uma lógica de desenvolvimento humano e pela paz que a Europa conseguiu salvaguardar, nestes últimos 50 anos.

No domínio das alianças, o continente africano não deixará de ser equacionado na política externa, no quadro das relações dos EUA com a China, face à crescente influência que esta, hoje já superpotência, tem no mundo.

É que, independentemente da alteração do conteúdo e da natureza da política externa dos EUA, com Joe Biden, a China, mercê da óbvia rivalidade com os EUA, terá, por parte desta, uma estratégia prioritária para a condicionar.

É por esta razão que o continente africano não continuará entregue à sua própria sorte, como no essencial ocorreu com Donald Trump.

Tendo em vista as condicionantes económicas e financeiras com que Angola presentemente vive e que limitam, seriamente, o seu desenvolvimento, incluindo o social, é muito importante que o País saiba explorar, a seu favor, e de forma consequente, a alteração política que, inevitavelmente, surgirá no plano internacional com Joe Biden.

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