Prometemos a nós mesmos, enquanto equipa, enquanto colectivo, que até ao limite do possível e às vezes aproximando-nos da impossibilidade, tudo faríamos para cumprir o papel que nos está reservado. Enquanto conjunto de profissionais com maneiras de ser e de estar diferentes, com distintas maneiras de encarar o mundo, com diferentes formas de entender a realidade, o elo de ligação foi sendo sempre ao longo dos anos, a vontade comum de ajudar, com responsabilidade, a um processo de amadurecimento político que tem de resultar, demore mais ou menos tempo, à formação ética, cívica, cultural e política dos cidadãos, enquanto mecanismos essenciais para uma aprendizagem plena do livre e consciente exercício da cidadania. Que é um direito mas ao mesmo tempo um dever para todos os cidadãos, enquanto co-responsáveis pela definição dos grandes destinos do país.

Não foi fácil. Não é fácil. Nunca foi fácil. Há alguns meses atrás, iniciámos a publicação de um Especial Eleições, que tinha como objectivo, dar voz a todos os quadrantes político-partidários, mas também a associações cívicas e a personalidades que, na Sociologia, nas Ciências Jurídicas, na Política, na Psicologia, tenham um olhar suficientemente maduro, logo sempre crítico sobre a sociedade em que vivemos e os vários caminhos que será necessário percorrer para deixarmos a condição de país subdesenvolvido, com atrasos graves e problemáticos em muitas áreas da nossa vida comum.

Na mesma linha seguida por este jornal desde a sua fundação, ouvimos quem se quis expressar, entrevistámos quem se predispôs a dar a sua opinião, demos eco às mais diferentes e contraditórias maneiras de ver Angola, de pensar Angola.

Evidentemente, repetimos, que não é fácil percorrer este caminho. As incompreensões vêm sempre de todos os lados, e nada mais nos resta do que cumprir as nossas obrigações de acordo com a nossa consciência e de acordo com os pressupostos que nos trouxeram para o exercício desta profissão.

Os melhores juízes do nosso trabalho são os leitores. Mas, além deles, é fundamental - não nos cansamos de repetir - que, fechada a última página, estejamos, cada um por si e todos em conjunto - de bem connosco mesmos. Em momento algum, a nossa opinião particular se sobrepôs às vozes, aos escritos e às palavras de quem procurámos ou de quem nos procurou. Tendo personalidade e um modo próprio de olhar a realidade, em momento algum pusemos à frente da comunidade as nossas perspectivas individuais. Errámos? É provável que sim. É muito provável que sim. Vale o velho aforismo de que só não erra quem não trabalha.

Nunca nos aceitámos submeter a sensacionalismos baratos, à invasão da privacidade, a jogos de corredores nem a interferências de nenhuma espécie. Esta é a última edição do Novo Jornal antes das eleições. Percorremos este caminho, mesmo antes de começar a lançar as sementes do acto eleitoral, com a plena noção de que não era um trabalho fácil. Entre incompreensões, antipatias, faltas de entendimento no que é o papel central dos jornalistas em todo este processo, mas também muito entusiasmo, muito apoio dos leitores e principalmente o máximo de seriedade que é possível. Sem qualquer espécie de presunção e num momento tão sério para a República de Angola como são as eleições de 2017, autorizem-nos que deixemos esta mensagem: Valeu a pena, estamos de consciência tranquila. A nossa missão foi cumprida.