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Parece não haver mais dúvidas sobre o desejo de mudanças por parte da esmagadora maioria dos angolanos. Ainda que a oposição não tenha convencido totalmente o eleitorado a mudar de liderança em termos partidários - apesar de achar que os resultados não sejam justos - o desejo de mudança de políticas e de comportamentos por parte da liderança eleita é claro. Assim, insistir em melhorar o que está bem é descabido, até porque, como sempre manifestei, o MPLA ao longo dos últimos meses esteve sempre mais preocupado em mostrar o que fez bem do que dizer o que tem de mudar. Mesmo em relação à corrupção nunca foi dito o que se pretende fazer para combatê-la.

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Mudança é, pois, a palavra-chave. Não de aparências, mas de fundo, começando por atitudes. Dois exemplos muito simples mas que se poderiam revestir de muito simbolismo. Os deputados da oposição recusarem os Lexus por troca com viaturas protocolares um pouco mais modestas e o novo Presidente da República mandar colocar a sua mesa na presidência do Conselho de Ministros ao nível das mesas dos restantes ministros, como se faz nos países normais.

Fernando Pacheco é membro do Observatório Político e Social de Angola (OPSA)

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