A questão do gradualismo esconde em si uma razão de ser (a luta pelo poder), na medida em que a instauração das autarquias locais irá implicar um processo de partilha de poder. Por isso, o gradualismo pode ser encarado como um instrumento essencial de contenção do grau de partilha de poder, por parte das forças do governo, e de ampliação da fragmentação do poder, por parte da oposição.

Por exemplo, se for implementado um gradualismo funcional, então serão realizadas eleições em toda a extensão territorial. Por conseguinte, o MPLA terá que competir em diversas frentes e com diferentes adversários políticos, visto que a proposta de sistema eleitoral autárquico apresentada pelo Executivo incluirá não apenas os partidos, mas também as listas de cidadãos. Espera-se, pois, uma competição política não exclusiva aos partidos, ao contrário do que sucede ao nível das eleições gerais.

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