É verdade que estamos longe do desejável, mas temos de ter em conta os condicionalismos da construção da nossa democracia, que venho enumerando ao longo de muitos anos. Opondo-me aos pessimistas e aos cépticos, direi que o mais importante é o facto de as eleições acontecerem pela terceira vez consecutiva.

A construção da democracia é um processo de longa duração e os actores políticos e sociais não podem mudar do dia para a noite. Em Angola ninguém pode dar lições de democracia a outros.

Em termos globais, comparando com as duas últimas eleições, são notórias algumas diferenças para melhor. Desde logo, no ambiente menos crispado que se vive. Apesar de algumas notícias sobre escaramuças entre militantes e simpatizantes, principalmente dos dois maiores partidos, mas agora envolvendo um terceiro, como aconteceu há dias no Cazenga, o nível de conflitualidade baixou imenso.

Fernando Pacheco é membro do OPSA (Observatório Político e Social de Angola)

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