Dessa vez, a mensagem não foi boa, não foi agradável, o puto pela primeira vez estava assustado, muito preocupado, algo que não tem sido normal, porque é um ndengue moderado, pausado, não se atrapalha à toa, analisa os factos e procura dar os passos certos, pelo menos tem sido assim desde que está na China. As letras do puto me tocaram, deram-me um quinhão e quase caí, quando começámos a falar sobre o que significava o que eu acabará de ler. Tudo começou quando perguntei sobre como é que eles estavam agora que há o tal vírus corona a fazer razia por lá, como é que os angolanos estavam, onde estavam e com que ajuda contavam. O puto abriu o peito e lançou o grito da Tundavala, tão grande quanto o de Ipiranga. Narrou o que estavam a viver, a aflição que lhes consumia até a esperança que já foi sagrada, sentiam cada vez mais próximo o silêncio que ninguém quer ouvir, do isolamento.

Nas escolas, só eles estavam, porque estão de férias, só esta lá quem não teve dinheiro para comprar bilhete de passagem ou quem por imposição da bolsa de estudo foi obrigado a ficar até terminar o curso. Os putos estavam isolados, porque as autoridades começaram a restringir a circulação pelas cidades onde havia vítimas. Alguns estudantes ficaram confinados às instalações das universidades, onde escasseavam comida, produtos de higiene pessoal, medicamentos, máscaras para protecção respiratória, etc. Sem conseguirem sair, restava o apelo pela net aos seus colegas e familiares a ver se alguém os ajudasse. Já os outros que estavam em cidades com menos restrições, conseguiam ir às lojas, mas voltavam de mãos vazias, porque muitas estavam com as prateleiras vazias e, quando houvesse uma com algum pitéu, era bilo rijo, a lembrar Luanda há alguns anos quando houve escassez de bens alimentares. A procura é muito grande, o fornecimento falha por causa das restrições impostas pelas autoridades como medidas de contenção do vírus.

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