O documento foi aprovado com 119 votos a favor do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), e 50 contra da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), do Partido de Renovação Social (PRS) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).

O deputado Manuel Fernandes, da CASA-CE disse que o seu grupo parlamentar não podia votar a favor da aprovação da Conta Geral do Estado de 2017 "por se verificarem inconformidades nas demonstrações financeiras e patrimoniais nos relatórios e registos contabilísticos em algumas rubricas", na sua declaração de voto, apontando "uma elevada desorçamentação".

Benedito Daniel, do PRS, fundamentou a sua votação enumerando falhas na execução orçamental em 2017, sobretudo em sectores sociais, nomeadamente na Saúde e Educação.

"Houve previsão para a construção de magistérios primários, mas não houve execução", e na saúde, as mulheres grávidas e as crianças não receberam mosquiteiros tratados, "o que originou um aumento da mortalidade infantil".

Lucas Ngonda, em representação da FNLA, na sua declaração de voto, explicou que votou contra a CGE de 2017 tendo em conta as denúncias feitas pelo Tribunal de Contas (TdC), que entregou o parecer a 21 de Maio passado no Parlamento, relativamente a violações da lei cometidas por alguns órgãos gestores do erário público, com recomendações "incisivas".

"Se o TdC cumpriu com o seu papel, ao denunciar estas violações, a FNLA não pode senão votar contra esta conta", disse.

O primeiro vice-presidente do grupo parlamentar da UNITA, Estêvão José Pedro Kachiungo, afirmou que a governação de 2017" revelou uma falta de controlo quer na perspectiva financeira, quer na perspectiva da contabilidade pública".

Durante os debates, foram, aliás, várias as críticas feitas pelos deputados, tendo em conta as constatações constantes no Parecer do TdC, ao que o ministro das Finanças, Archer Mangueira, respondeu que, "em devido tempo, serão prestados os esclarecimentos".

O OGE para 2017 estimou receitas e despesas de 7.3 mil milhões de kwanzas, tendo sido arrecadas receitas no valor de 6.600 mil milhões de kwanzas e realizadas despesas no valor de 6.800 mil milhões, resultando num défice global de 165 mil milhões de kwanzas.