Na agenda deste momento importante para a CASA-CE estava escrito que o coordenador da Coligação estaria a presidir ao acto onde foi dada posse aos 18 secretários provinciais executivos, considerados como elementos fundamentais para a estratégia autárquica desta formação política fundada em 2012.

Apesar deste contratempo, o membro do colégio presidencial da CASA-CE, Manuel Fernandes, regozijou-se hoje em Luanda, enfatizou que a tomada de posse dos 18 secretários províncias executivos significa que as condições estão criadas para a Coligação participar nas eleições autárquicas marcadas para o próximo ano.

"A coligação estava numa inércia há mais de um ano fruto da crise interna. Doravante, os secretários províncias ora empossados vão dar uma nova energia para podermos disputar as autarquias sem sobressaltos", disse Manuel Fernandes que representou o líder da coligação, Abel Chivukuvuku.

A CASA-CE, segundo Manuel Fernandes, "não podia dar passos subsequentes sem que os secretários executivos províncias tomassem posse, visto que são eles os actores para mobilizar o eleitorado local rumo as autarquias".

"A partir de agora serão preparados formadores que vão explicar a estrutura orgânica e funcional das autarquias, atribuições e competências, bem como o regime financeiro e de tutela à luz dos princípios estruturantes da autonomia local", explicou Manuel Fernandes.

O responsável afirmou ser necessária a reorganização da CASA-CE para enfrentar "os grandes" desafios, passando pela recuperação da dinâmica funcional readaptada ao novo contexto, mobilizar quadros para as suas fileiras, enquanto amplo instrumento de luta e identificar e formar quadros para as eleições autárquicas previstas para o próximo ano.

"A coligação vai já começar a identificar potenciais candidatos, mesmo que não pertençam à CASA-CE, para concorrer a presidentes, deputados e vereadores de autarquias municipais, visando assegurar os valores reais de uma alternância séria e credível", anunciou.

Interrogado pelos jornalistas sobre a crise na CASA-CE que surgiu quando o Tribunal Constitucional decidiu que o presidente da coligação é um mero coordenador, que deve obedecer às decisões dos partidos coligados, Manuel Fernandes, explicou que as decisões daquele órgão é para serem respeitadas.

Duas horas a aguardar por Abel

A cerimónia de empossamento estava para ser presidida pelo coordenador da coligação, Abel Chivukuvuku, mas só duas horas depois da hora anunciada para o começo é que os participantes ficaram a saber que por razões de "vária ordem" não podia estar presente.

Dos deputados independentes da CASA-CE nesta cerimónia só estiveram presentes André Mendes de Carvalho "Miau" e Cesinanda de Kerlan Xavier, o que levou muitos a entenderem que a situação no seio da coligação ainda não está normalizada.

As ausências de figuras de relevo como o próprio coordenador da coligação, Abel Chivukuvuku, os deputados Carlos Candanda, Leonel Gomes, Lindo Bernardo Tito e Maria Victória Ferreira Chivukuvuku, como o NJOnline constatou no local, fomentaram conversas em surdina sobre o actual momento da CASA-CE, impondo-se a ideia de que "algo está mal".

Para a tomada de posse dos secretários executivos provinciais, segundo apurou o NJOnline, os presidentes dos partidos políticos que compõem a CASA-CE obrigaram a que Abel Chivukuvuku manda-se por escrito um documento a autorizar um membro do colégio presidencial para o representar.

Fundada a 05 de Janeiro de 2012, a CASA-CE garantiu nas eleições gerais de 23 de Agosto último 9,45% dos votos e a eleição de 16 deputados à Assembleia Nacional, o dobro face ao mandato anterior.