"Devia ser o contrário, o Governo é que deve ajudar os cidadãos a superar as ingentes necessidades em abastecimento regular de água potável, energia eléctrica e em abastecimento de um pacote mínimo de alimentos básicos às famílias mais carenciadas dos meios suburbanos e rurais", escreve a UNITA em comunicado.

No dia 30, o Governo enviou uma mensagem com o IBAN para onde os cidadãos podem transferir dinheiro em kwanzas como forma de apoiar o esforço nacional de combate à pandemia da Covid-19.

"Ajuda-nos a ajudar. Todos juntos na luta contra a Covid-19. Podes fazer a tua parte contribuindo em kwanzas para o IBAN AO06 0005 0000 5197 1631 1019 7 do MINFIN Tesouro Nacional. Governo de Angola", dizia a mensagem.

No documento agora enviado às redacções, o partido do "Galo Negro" contesta o método do Governo e acusa-o de "querer assumir sozinho a organização, mobilização e pior ainda, arrecadar os apoios monetários e em bens", como se se tratasse do Estado e não existissem "outros entes públicos" mais bem vocacionados para "fazer o exercício da solidariedade e apoio humanitário".

A UNITA pede ainda "transparência" à entidade que vier a ser designada para fazer a gestão do programa assistencial da crise da covid-19, apelando a que, no final, seja feito um relatório de prestação de contas.

o "Galo Negro" recorda que, noutras calamidades, como a da seca no sul do País, vários parceiros sociais do executivo, incluindo partidos políticos e igrejas, bem como empresas e cidadãos, se envolveram em iniciativas separadas num "esforço patriótico conjunto", e pede ao Governo que não inviabilize o surgimento destas iniciativas para "angariarem apoios monetários e outros, a entregar depois a uma entidade a identificar, que não o Tesouro Nacional, para evitar confusões".

No mesmo comunicado, o principal partido da oposição recomenda ao Governo que mobilize meios de transporte para retirar das unidades de produção agrícolas de algumas províncias (Malange, Uíge, Huambo e Bié) produtos agrícolas que correm o risco de se deteriorar e "já começam a escassear no maior centro de consumo do País, Luanda".

Por último, a UNITA incentiva a população "a acatar com rigor e disciplina as medidas de proteção" contra o novo coronavírus, "que têm sido transmitidas pelas autoridades sanitárias".