O secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, Pedro Filipe, citado pela Lusa, considerou que os dados "são muito animadores" embora admita que o desafio de combater este problema se mantém e não são de modo a proporcionar uma situação confortável.

Recorde-se que a crise gerada pela pandemia da Covid-19 a partir de Fevereiro de 2020 teve como uma das principais consequências em todo o mundo o aumento muito significativo do desemprego que, em Angola, segundo o INE e o Governo, está a reflectir-se em sentido contrário.

Uma das explicações pode ser a transferência de empregos do sector formal para o informal, o que, como apontam todos os indicadores económicos, é um sintoma de problemas graves e estruturais nas economias onde isso ocorre.

Mas isso não parece inquietar o Governo. "Felizmente os dados deste último trimestre são muito mais animadores, dão-nos algum alento, porque estamos aos poucos a inverter a pirâmide, é bem verdade que o desafio ainda é muito grande", disse o secretário de Estado Pedro Filipe.

O governante adiantou que estes dados constituem um sinal de que "o processo está a caminhar para o sentido certo", referindo-se à queda na taxa de desemprego no quarto trimestre de 2020 para 30,6%, como a directora-geral do INE avançou na terça-feira.

Chaney Jonh, de acordo com a Lusa, deu conta que também que a taxa de desemprego da população com 15 ou mais anos de idade diminuiu em 3,4 pontos percentuais e o grupo com a maior taxa de desemprego cifra-se nos 15 aos 24 anos.

Em relação à taxa de emprego, no quarto trimestre de 2020, a mesma "aumentou em 3,1% em relação ao trimestre anterior em 8,3%, o que corresponde a 824.813 pessoas, em relação ao trimestre homólogo de 2019".

Hoje, comentando os dados divulgados pelo INE, Pedro Filipe assinalou que os números "são mais animadores, mas ainda constituem um grande desafio" e que o executivo vai continuar a fazer a sua "parte para reverter esse processo".

Para o secretário de Estado, o mercado do emprego "não está dissociado com o desempenho da economia", portanto, Angola "só terá a situação da empregabilidade resolvida quando o desempenho da economia estiver consideravelmente melhor".

"Daí que uma série de documentos têm sido aprovados para a melhoria do ambiente de negócios e fomento da produção nacional e isto vai-se reflectir directamente nos dados da empregabilidade", concluiu.