O general Sá Miranda, que acompanhou a deslocação do Chefe de Estado-Maior General das FAA, general Sachipengo Nunda a Cabinda, com o objectivo de averiguar a situação local, admitiu, contudo, que as FAA podem e devem tomar medidas para "desencorajar eventuais tentativas de criar instabilidade".

Citado pela Angop, o oficial do Exército sublinhou, no entanto, que "existe um controlo efectivo ao longo da fronteira comum com os diferentes países limítrofes de Angola".

"Temos de assegurar, entre outros aspectos, a circulação de pessoas, bens e as trocas comerciais entre os povos que vivem em lados opostos da fronteira", apontou Gouveia Sá Miranda.

Estas garantias das FAA sobre Cabinda, que as autoridades angolanas, militares e políticas, sublinham periodicamente, contrastam, todavia, com os repetidos "comunicados de guerra" divulgados pela FLEC.

Nos últimos meses as Forças de Libertação do Enclave de Cabinda têm repetido esse tido de comunicações anunciando ataques e vítimas entre as forças de segurança angolanas, sendo o mais recente, em Maio passado, o episódio da alegada existência de agentes da Polícia Nacional feitos reféns pelos guerrilheiros.

Também aqui, a Polícia Nacional garantiu ao Novo Jornal Online que a FLEC não tem nem teve agentes na condição de reféns como anunciava a FLEC em mais um dos seus comunicados de guerra emitido a 16 de Maio.

No entanto, isso não impediu que a FLEC tivesse conseguido levar a questão da reivindicação da autodeterminação do enclave para o palco mediático.

Com esta visita de altas patentes a Cabinda, as Forças Armadas Angolanas a Cabinda desenvolvem aquilo que têm vindo a descrever como objectivo que é garantir a segurança e estabilidade em todo o país para que as eleições gerais de 23 de Agosto decorram sem incidentes.