Um dos objectivos sublinhados pelo Presidente da República neste âmbito foi a necessidade de acelerar as acções para a implementação do Programa de Indústrias Militares" a partir do qual se procura "conferir gradualmente às Forças Armadas Angolanas a auto-suficiência na produção de alimentos, de artefactos e meios de uso militar e de aquartelamento, manutenção e modernização da técnica e do armamento".

Recorde-se que, no âmbito da sua primeira visita enquanto Chefe de Estado à Rússia, João Lourenço disse que um dos seus objectivos era o de conseguir criar condições para a instalação de unidades de produção de material militar em Angola através dos mecanismos de cooperação no sector com a Rússia.

Nessa deslocação a Moscovo, Lourenço, como o Novo Jornal noticiou na altura, disse que quer consolidar a cooperação técnica e militar com a Rússia e que nesse processo existe disponibilidade para ir além do comércio e compra de armamento e instalar capacidade de produzir e montar equipamento militar e armamento russo em Angola aprofundando a cooperação técnico-militar com este país.

"Quando estou a falar de cooperação não estou apenas a referir ao comércio e compra de armamento, estou também, se for possível, a dizer que queremos instalar em Angola capacidade de produzir e montar equipamento militar", disse na ocasião o Presidente angolana em declarações à agência noticiosa TASS.

Com este desiderato, João Lourenço procurava diminuir a dependência externa do país na aquisição de equipamento para as suas Forças Armadas e ainda a criação de emprego para os angolanos, o que é um desígnio que foi fortemente reforçado com a actual crise económica gerada pela pandemia da Covid-19 e a baixa severa do valor do petróleo, o que resulta em acrescidas dificuldades na obtenção de divisas.

A Rússia, como era igualmente a antiga União Soviética, é um dos grandes fornecedores de material militar e armamento a Angola, desde as simples armas ligeiras aos tecnologicamente avançados aviões de guerra.

Recorde-se que em 2012 os dois países acordaram na construção de uma fábrica de armas ligeiras em Angola.

Sobre o processo de reestruturação deste sector, continuou já hoje o Chefe de Estado, está vincado o "objectivo de melhorar as condições de habitação e de trabalho das tropas aquarteladas, promover a construção de quartéis, melhorar as condições sociais, qualidade de vida e dignificação dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria", disse o Chefe de Estado.

João Lourenço sublinhou que "o Governo tem vindo a definir políticas para disponibilizar os recursos financeiros destinados aos projectos de construção e apetrechamento das principais infra-estruturas da Defesa Nacional, sendo de realçar o trabalho para potenciação das Unidades de Engenharia de Construção que, num futuro breve, terão a missão de erguer as principais infra-estruturas de carácter militar".

A ordem pública

No que diz respeito à segurança pública, o Presidente da República enfatizou quese assistiu no País a uma redução dos crimes, menos 3.904 comparativamente ao segundo semestre de 2019.

"Oscrimes violentos, que mais induzem o sentimento de insegurança às populações, sofreram igualmente uma redução, tendo-se registado menos 2.925 crimes", salientou, admitindo que as medidas de prevenção e controlo da pandemia contribuíram de forma substancial para essa diminuição da insegurança.

E lembrou que "arecente aprovação da Lei de Bases sobre a Organização e Funcionamento da Polícia Nacional, veio conferir à corporação a natureza de força de segurança pública, dotá-la de capacidade jurídica, autonomia operacional, administrativa e financeira e repor a característica de uma polícia de prevenção geral e de investigação criminal a seu nível, fazendo com que possa prestar um melhor serviço ao cidadão e às comunidades".

E notou que "foi melhorada e dada dignidade ao Serviço de Investigação Criminal no quadro da reforma do Estado" com novas instalações que eram do Instituto de Formação de Finanças Públicas do Ministério das Finanças.

"Continua-se a trabalhar junto dos órgãos que intervêm na Administração da Justiça visando reduzir os casos de excesso de prisão preventiva e imprimir maior celeridade na tramitação dos processos", disse ainda João Lourenço