O número dois no comando da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) justificou que o seu partido está dependente da conclusão do processo de identificação por análise do DNA dos restos mortais do antigo líder da UNITA, morto em combate em 2002.

"É um processo que está em preparação, em princípio tínhamos avançado uma data, que seria em 6 de Abril, mas como sabemos essas coisas não dependem só da vontade destes ou daqueles".

"O doutor Savimbi morreu em 2002 e é preciso que nós recebamos o verdadeiro corpo, visto que ele não foi uma pessoa qualquer", disse Raul Danda em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), em Menongue, na ocasião dos 53 anos do partido, que ontem festejou.

Fazendo um balanço dos 53 anos de existência da organização, o seu Vice-presidente realçou que desde o seu surgimento, em 1966, a luta da UNITA não se cingiu apenas no hastear da bandeira e no entoar do hino nacional, mas sim na luta para colocar Angola num nível aceitável no concerto das nações.

De recordar que o governo e a UNITA chegaram a um entendimento, no passado mês de Janeiro, quanto ao processo de recuperação (exumação, transladação e inumação) dos restos mortais de Jonas Malheiro Savimbi.

Segundo as partes, os restos mortais do líder fundador da UNITA seriam sepultados no dia 6 de Abril, em Lopitanga, na província do Bié.

As partes (delegação da UNITA e comissão multissectorial coordenada pelo chefe da casa de segurança da PR) têm estado a realizar reuniões desde o ano passado.

Em Dezembro de 2018, a UNITA rejeitou a proposta do Governo que previa realizar o funeral em véspera de natal numa agenda que não dava espaço para as homenagens desejadas pelo partido.

O antigo presidente da UNITA, morto em combate, em 2002, foi inicialmente enterrado no cemitério municipal do Luena, a 24 de Fevereiro, numa cerimónia distanciada dos procedimentos tradicionais pretendidos pela família. Para as cerimónias de Abril, a UNITA tencionava realizar um evento convidando entidades estrangeiras amigas do partido, vontade que, segundo o partido do "Galo Negro" se deparou com alguma resistência por parte do Governo.