"Em 2020 vamos ter autárquicas e em 2022 vamos ter gerais, e depois em 2024 volta a haver autárquicas e em 2026 gerais", lembrou, avisando que os processos eleitorais gastam muito dinheiro.

"É preciso ter uma noção, não gastam só dinheiro para o Estado, gastam também a capacidade de mobilização àqueles que concorrem", acrescentou.

Na sua opinião, os outros países adoptaram pela realização de eleições gerais, legislativas e presidenciais simultaneamente devido aos custos.

Relativamente aos consensos na aprovação do Pacote Legislativo Autárquico, o director executivo do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia disse que o MPLA e a UNITA têm fraca capacidade de construir unanimidades.

"Para estabelecer consenso é fundamental que as partes criem unanimidade. Há dificuldade de construção de consensos entre os principais partidos da oposição", referiu.

Referiu que os partidos políticos precisam de se focalizar nos consensos políticos de partilha de poder e de garantir a participação dos cidadãos nas autarquias.

Segundo ele, os partidos políticos devem ter uma noção sobre os prazos para a realização das eleições autárquicas, alegando que pelo menos até Janeiro do próximo ano o quadro legal deve estar criado.

"Se passarmos o mês de Agosto deste ano e a Lei não for aprovado tudo isso fica em causa", lamentou, salientando que as organizações da sociedade civil devem participar em todas as etapas do processo eleitoral para garantir a idoneidade do processo.

"Os partidos estão a deixar questões importantes sobre as autarquias e transformaram o debate cívico em disputa partidária como se das eleições gerais se tratasse", referiu.

"MPLA não quer deixar o poder local a favor das comunidades, a UNITA não quer perder as suas bases partidárias locais, esse é grande problema que está a dificultar a provação do Pacote Legislativo", concluiu.

Luís Jimbo insiste que as assembleias municipais a ser criadas no quadro das eleições autárquicas tenham, no mínimo, 30% de mulheres, 25% de cidadãos até 35 anos de idade e 5% independentes, representantes de grupos vulneráveis locais.