No texto partilhado por Isabel dos Santos, na mesma entrada no Facebook, acrescenta-se que o Jornal de Angola recrutou para "esta guerra" o cidadão e Conselheiro do Presidente da República, Ismael Mateus, o que, "por sinal, conseguiu", sublinhando a prosa a ideia de que não lhe está a ser fácil perceber quem é que em Angola está a alimentar a "chama da bicefalia", referindo-se ao facto de, nas últimas semanas, terem sido publicadas várias notícias, incluindo no JA, sobre um alegado mal-estar entre o PR, João Lourenço, e o presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos.

"Confesso, que está cada vez mais difícil perceber quem realmente levanta a chama da Bicefália em Angola", afirma a prosa partilhada pela empresária, descrevendo-a como tendo sido escrita por "um jornalista" não identificado, antes de se referir ao jornalista e analista político, Ismael Mateus, afirmando a seguir que "o Jornal de Angola esqueceu que Ismael Mateus, rema contra a maré e nem mesmo a afirmação do nosso querido Camarada Vice-Presidente do Partido e Presidente da República, segundo o qual no MPLA só existem Emepelistas, lhe faz mudar de ideias".

Contactado pelo Novo Jornal Online, Ismael Mateus optou por não comentar as afirmações contidas na republicação de Isabel dos Santos, dizendo apenas que se a empresária quiser "sentar-se a uma mesa e beber um café" com ele, nesse momento, explicar-lhe-á "facilmente quem é Ismael Mateus".

O mesmo texto diz ainda que "poucos devem saber em que CAP (Comité de Acção) milita Ismael Mateus, se tem as quotas em dia e se terá votado no dia 23 de Agosto no MPLA, no programa eleitoral do MPLA e votado no Candidato do MPLA à Presidência da República".

Não foi possível ao Novo Jornal Online chegar à fala com o director do Jornal de Angola, Victor Silva.

A prosa no Facebook lança também um alerta pesado sobre este cenário: "Enfim, a Comunicação Social, os Jornalistas e o Jornal de Angola estão a criar e a apoiar ao nível das Redes Sociais as condições propícias para o surgimento de uma instabilidade político social em Angola confundindo com a divulgação sistemática e permanente de textos e notícias que criam dúvidas e equívocos a classe dirigente e militante do Partido, desde o mais ao menos avisado patriota, a fim de haver uma sublevação popular e obrigar os militares a saírem à rua, para reporem a ordem social, o cumprimento da Lei e da Constituição e a tranquilidade pública".

"As FAA enquanto primeiro e principal órgão do país onde foi bem-sucedido o processo de Reconciliação Nacional, está atenta às manobras daqueles que não estão satisfeitos com a vitória do MPLA nas Eleições de 2017 e através da Imprensa e via Internet querem criar a confusão e o divisionismo no seio do MPLA para depois darem o golpe final", diz ainda o mesmo texto.

Ainda no mesmo tom de alerta é dito que "é importante lembrar que a Primavera Árabe teve o seu inicio nas Redes Sociais e a Comunicação Social, os Jornalistas e o Jornal de Angola, sabem muito bem disso".

"O mesmo Jornal de Angola, que era acusado de ser o PRAVDA Angolano tornou-se em pouco tempo como um Jornal anti-MPLA e reconheça-se quer queiramos, quer não, está a provocar muitos prejuízos e danos no seio da Base e da Direcção do Partido", nota ainda.

O texto publicado hoje no Facebook termina com esta afirmação" A guerra começou e nós seguramente, vamos assistir. Bem haja aos Jornalistas Angolanos."