São sobretudo jovens de algumas organizações da sociedade civil, tais como o Projecto Agir, o Liberdade em Mente, o Núcleo Bela em Acção e o MEA.

Utukidi Scott, porta-voz do grupo de manifestantes, em declarações ao NjOnline disse que o acto é público e que todos cidadãos interessados devem participar e fazer valer a sua voz.

"Isto é um acto de indignação e a nossa indignação não deve ser regulada por lei, temos todo o direito de dizer que estamos insatisfeitos com a proposta de Lei das Autarquias", disse o jovem.

"A nossa intenção é impedir que a lei de não "autarquizar` o País se efective", reforçou.

"Queremos com isto chamar atenção aos deputados, ministros e representantes do Governo central que a proposta de Lei das Autarquias que nos é apresentada publicamente não corresponde àquilo que são os anseios das autarquias em si, porque ferem o princípio da igualdade e da unidade nacional", continuou.

De acordo com o porta-voz dos manifestantes, as autarquias devem ser realizadas em todo o País, pois "nenhum direito é cumprido pela metade".

"Os cidadãos de Luanda devem ter os mesmos direitos que qualquer cidadão de outros pontos de Angola. E aqui estão a violar a Lei mãe da nossa República".

"Se não se atender a nossa reivindicação, então teremos a comprovação de que o País é partidarizado e as ideias da sociedade civil não são tidas em conta. E que os discursos dos novos tempos são iguais às das velhas práticas. Se for necessário, apelaremos ao boicote".

Esta quinta-feira, os deputados vão apreciar e votar, na generalidade, nove diplomas legais relacionados com o pacote legislativo autárquico, dos quais dois são de iniciativa legislativa do grupo parlamentar da UNITA (maior partido da oposição).

Trata-se dos projectos de Lei da Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais e das Finanças Locais (UNITA), das propostas de Lei Orgânica sobre as eleições Autárquicas, Transferência de Atribuições e Competências do Estado para as Autarquias Locais, bem como sobre a Organização e Funcionamento das Autarquias locais (Executivo).

As propostas de Lei sobre o Regime Financeiro das Autarquias Locais, do Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais, da Tutela Administrativa sobre as Autarquias Locais e a proposta de Lei sobre a Institucionalização das Autarquias Locais, também de iniciativa do Executivo, constam da agenda da plenária de amanha.

Segundo apurou o NJOnline, o partido no poder não vai renunciar à sua defesa do gradualismo geográfico que considera como um princípio constitucional.

A oposição, segundo apurou ainda NJOnline junto das bancadas parlamentares da UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA, vai opor-se, considerando que a implementação do gradualismo geográfico no processo das autarquias locais em Angola viola os princípios de universalidade e de igualdade.

Relativamente às eleições autárquicas, estas terão lugar nos municípios mais populosos do País, que servirão, justifica o MPLA, como experiência para os restantes.