As palavras ofensivas de Salvini (na foto), ministro que se tem notabilizado pela forma como tem lidado com a crise da imigração na Europa, proferindo declarações de teor xenófobo, abeirando-se muitas vezes do racismo, foram proferidas na passada semana e já reagiu ao comunicado da UA dizendo que não há razão para pedir desculpa porque as suas palavras terão sido propositadamente retiradas de contexto e mal interpretadas.

Numa nota pública divulgada pela Comissão Africana, esta organização pan-africana disse ter ficado "assustada" com as palavras do governante italiano, que comparou, reiteradamente, os imigrantes africanos que arribam à Europa, a escravos.

Frisando que o estava a fazer em nome da "construção de um debate participativo" sobre os movimentos migratórios em questão, a UA exigiu que Matteo Salvini "retire as declarações" polémicas, considerando-as "depreciativas", ao mesmo tempo que lembra que os italianos foram um dos povos que mais se dispersou pelo mundo através da emigração.

Para a União Africana, este tipo de declarações não podem, havendo esse risco, comprometer a oportunidade que a crise migratória gera para que se debata a questão de forma mais alargada, como a cooperação e o desenvolvimento.

Entretanto, numa Cimeira de ministros do Interior da União Europeia que teve lugar na terça-feira, Salvini envolveu-se numa troca acesa de palavras com o seu homólogo luxemburguês, Jean Asselborn, quando o tema estava em discussão..

O luxemburguês mandou mesmo Salvini à m*** quando este estava a discursar, interrompendo-o quando dizia que preferia criar condições em ITália para os italianos poderem termais filhos em vez de gastar dinheiro em "escravos" africanos para substituir os filhos que já não nascem no país.

Jean Asselborn disse a Salvini, quando o interrompeu, que no seu país estão dezenas de milhares de italianos que para ali imigraram em busca de melhores condições de vida para poderem criar os seus filhos em Itália e para que o ministro italiano tenha dinheiro para poder governar.