O julgamento do ex-ministro da Comunicação Social e antigo director do GRECIMA e do antigo assistente administrativo deste departamento, Hilário Santos, começou esta quarta-feira,09, no Tribunal Supremo, em Luanda.

Segundo o MP, o réu Hilário Santos, braço direito de Manuel Rabelais, era o responsável pela contratação de pessoas e empresas com idoneidade duvidosa para depositarem kwanzas em troca da moeda estrangeira, vendendo as mesmas a um câmbio superior ao praticado pelos bancos comercias.

De acordo com o representante do MP, Manuel Domingos, para além de angariar clientes, como se fosse uma instituição financeira, os réus obtinham vantagens ilegais.

Conta a acusação que o réu Manuel Rabelais subtraiu do GRECIMA avultadas somas de dinheiro para as suas empesas e familiares.

Entretanto, refere a acusação, Manuel Rabelais era o único assinante de várias contas bancarias do GRECIMA e que ambos transferiram para o exterior do País valores ilegais através do Banco de comércio Industria (BCI).

Consta da acusação que o antigo director e ministro da Comunicação Social e ex-director da Rádio Nacional de Angola, usou o nome do GRECIMA e beneficiou de mais de 98 milhões de Euros, o que corresponde a mais de 18 mil milhões de kwanzas.

De acordo com o MP, segundo documentos do Ministério das Finanças, o GRECIMA beneficiou de mais de 4 mil milhões de kz, mas esses valores beneficiaram várias empresas privadas, entre elas o grupo Semba Comunicação, que supostamente teria prestado serviços ao Estado, que a acusação diz nunca terem existido.

Entretanto, o MP refere que em 2017, os réus Manuel Rabelais e Hilário Santos desencaminharam propositadamente todo o dinheiro do GRECIMA, inclusive mesmo depois da sua extinção, e desfizeram-se de toda a documentação de suporte das despesas e operações financeiras (para não deixar rasto) que deveriam estar arquivado no órgão.

Manuel Rabelais alegou em instrução preparatória, segundo o MP, que transferiu valores para as suas empresas empresas no interesse e protecção do Estado angolano, visto não poder usar o nome do Estado em operações de natureza secreta.

Acusação refere que o ex-responsável do GRECIMA terá dito que fez tudo sob orientação do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

No entanto, prossegue a acusação, contrariamente ao que diz o réu Manuel Rabelais, em instrução contraditaria, o ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos, por carta dirigida ao tribunal, referiu que nada tinha a esclarecer porque a gestão do GRECIMA era feito pelo então chefe da Casa de Segurança do Presidente da República.

Neste primeiro dia, em questões prévias, a defesa do antigo director do Gabinete de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração, o advogado Amaral Gourgel, solicitou que o Tribunal Supremo arrole como testemunhas os jornalistas Gonçalves Ihanjica, antigo director de informação da TPA e correspondente permanente na Presidência da República durante vários anos, quando JES era Chefe de Estado, e Mariano de Almeida.