"O MPLA e a UNITA têm grandes responsabilidades neste País, por isso têm de trabalhar juntos na resolução de vários problemas que assolam a sociedade", disse Samakuva. Antes, Adalberto Costa Júnior tinha passado a pente fino o discurso de João Lourenço, que criticou duramente o apoio conferido pelo maior partido da oposição aos promotores do protesto de sábado, 24, que foi reprimida pela polícia e de que resultaram 103 detidos.

De acordo com o actual líder da UNITA, o discurso do Chefe de Estado denota "uma grande impreparação em lidar com uma oposição que lhe diga que as leis não são para serem geradas por conveniência e muito menos para limitar direitos constitucionalmente garantidos".

As palavras de Samakuva são de apaziguamento, mas o ex-presidente da UNITA não deixou de manifestar a sua preocupação com o nível de vida degradante que os angolanos têm, fruto da crise económica e financeira e da Covid-19, salientando que o Executivo tem de fazer um esforço para mitigar a crise.

"Alguns esforços foram feitos pelo Executivo, mas é preciso muito mais. O Governo deve elaborar políticas claras para evitar a frustração da juventude sem emprego", sustentou.

O ex-presidente da UNITA defendeu que o Executivo deve estar aberto e aceitar opiniões de uma importante camada da sociedade civil que tem elaborado estudos científicos de extrema importância.

Samakuva espera que as autoridades judiciais libertem "urgentemente" os 103 jovens detidos no dia 24 de Outubro, na sequência de uma manifestação.

"O diálogo é a única via a seguir para resolver estes problemas", observou Isaías Samakuva, frisando que a reconciliação nacional é o único caminho a seguir.

A II Reunião Ordinária da Comissão Política da UNITA termina no sábado, 31.