O Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia (IASED), organização não-governamental que monitoriza eleições, alega que o país está sem condições técnicas para concretizar a implementação das eleições autárquicas, num momento em que faltam pouco menos de seis meses para o fim de 2020, período previsto para a sua institucionalização.

O director-executivo do IASED, Luís Jimbo, argumenta que as discussões políticas à volta do modelo de implementação das autarquias estarão na base de todo o atraso que se regista no processo.

Aquela organização não-governamental salienta que as tarefas para a realização das autarquias estão num nível bastante atrasado, tendo, por isso, apontado críticas aos deputados à Assembleia Nacional.

"Os deputados foram eleitos para representar o povo e decidir em nome do povo. No Parlamento, a sua função é unicamente legislar, mas eles levam muito tempo em querelas político-partidárias, ao invés de decidirem aquilo que, de facto, precisa de ser decidido em tempo útil. Não levam em consideração esses "timings".

"Levaram muito tempo a discutir o gradualismo funcional e o gradualismo territorial. Envolveram toda a sociedade a falar sobre isso, e o tempo passou", disse Luís Jimbo, acrescentando que, agora com a Covid-19, as coisas se tornaram mais complicadas.

Lamentou o facto de não existir nenhuma calendarização do registo eleitoral por parte do Governo.

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