Na visão da UNITA, segundo o seu líder do grupo parlamentar, Liberty Chiyaka, "as autarquias são mais do que a partilha do poder, porque representam uma oportunidade para tornar efectivo o combate às assimetrias regionais e consequente desenvolvimento local".

"Com as autarquias, o Executivo deixa de ter o peso excessivo que carrega actualmente no modelo centralizado, para resolver até a reparação de uma rua de Kalemba 2 ou da comuna de Kalussinga. Estas são responsabilidades dos munícipes organizados em autarquias", explicou Liberty Chiyaka.

Ao olhar para o modelo de eleição dos órgãos locais, o líder parlamentar da UNITA defendeu a necessidade de restruturação da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

"Para a UNITA, a representação e a composição da CNE devia ser igual e contar com figuras de elevada idoneidade política ou da sociedade civil, equidistantes e credíveis", defendeu.

A CASA-CE, que votou contra a Proposta de Lei Orgânica das Eleições Autárquicas, considerou que, tal como o Executivo se articulou para encontrar valores destinados ao PIIM, o povo angolano espera que também o faça para a implementação das autarquias locais.

"Auguramos que neste processo não se venha a marginalizar, nem excluir nenhum angolano, em razão da sua condição económico-social, nem pela sua localização geográfica, isto, em respeito aos princípios da igualdade e da universalidade plasmados na Constituição de Angola", disse o líder do grupo parlamentar da CASA-CE, Alexandre Sebastião André.

Para o deputado, "a execução das autarquias locais, bem como o financiamento das candidaturas concorrentes, fazem parte das despesas próprias de um Estado, enquanto guardião dos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos e enquanto Estado democrático de direito"