A oposição insiste que o Executivo tem todas as condições para que as eleições autárquicas possam ser realizadas em 2020 em todos os municípios, para garantir o desenvolvimento económico e social com igualdade.

O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, disse ao NJOnline que, a nível do seu partido, o trabalho já está a ser feito em todas as províncias do País.

"Não há o pretexto da falta de infra-estruturas para que as eleições tenham lugar em alguns municípios. Elas têm que ter lugar em todo o território nacional", insistiu.

Segundo o político, a UNITA já criou um grupo técnico de trabalho que está a definir o perfil e os critérios a obedecer na selecção de candidatos a autarcas e propor a lista de candidatos para serem testados e formados para o exercício de funções nos diversos órgãos da administração autárquica em todo o País.

A vice-presidente do MPLA, Luisa Damião, disse ontem que a direcção do MPLA está a preparar um conjunto de instrumentos que vão orientar a forma de organização, participação e selecção dos seus candidatos nas autarquias, tendo em conta o significado histórico e político do processo.

"O MPLA tem a plena consciência da dimensão do desafio e, por isso, tudo fará para que sejam escolhidos os melhores candidatos, ou seja, os mais competentes, de referência e aceitação nas comunidades em que se encontram inseridos", frisou.

Face à crise interna que ainda continua enfrentar a CASA-CE, este processo está atrasado, mas os seus responsáveis garantem que a situação será resolvida nos próximos dias.

"Não obstante a crise a coligação está a trabalhar para participar activamente nas eleições autárquicas que terão lugar no próximo ano", garantiu o membro do colégio presidencial Manuel Fernandes.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, disse ao NJOnline que a implementação das autarquias, com base no gradualismo territorial, vai aumentar a degradação das condições sociais básicas da população.

"Já estamos preparar os nossos quadros para esta grande tarefa que são as eleições autárquicas. Defendemos que as mesmas aconteçam em todo o território nacional", disse.

O seu homólogo da FNLA, Lucas Ngonda, garantiu também que o partido já criou as condições para a formação dos futuros autarcas. "A crise será resolvida para melhor participarmos nas eleições autárquicas", acreditou.

O presidente da Aliança Patriótica Nacional (APN), Quintino de Moreira, formação política extraparlamentar, disse ao NJOnline que mais 300 quadros entre delegados provinciais e secretários nacionais já foram formados sobre autarquias locais

"Reitero a realização de eleições autárquicas sob o signo do gradualismo funcional, para que o processo seja realizado em simultâneo", defendeu.

O Tribunal Constitucional reconhece 11 partidos, nomeadamente MPLA, UNITA, PRS, FNLA, (coligação PDDA-AP, PALMA, PNSA, PPA, Bloco Democrático, PDP-ANA), APN sem assento na Assembleia Nacional.