A informação foi avançada por uma nota da Casa Civil do Presidente da República, que indica que a cimeira é uma iniciativa do Presidente Denis Sassou Nguesso, que assume, desde finais do ano passado, a liderança da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos.

Um dos assuntos a tratar será a preparação do processo eleitoral na República Democrática do Congo (RDC), que tem sido marcado pela violência.

A RDC adiou para dia 30 deste mês as eleições gerais inicialmente agendadas para 23 de Dezembro, depois de um dos principais armazéns da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), em Kinshasa, ter ardido no dia 13, num incêndio que destruiu oito mil urnas electrónicas e material eleitoral de 19 de 24 municípios da capital.

O incêndio que destruiu uma parte substancial do material eleitoral destinado às operações de voto em Kinshasa e propagação do mais mortífero surto de ébola da sua história, que afecta o leste da RDC, nas províncias do Kivu Norte e Ituri, junto à fronteira com o Uganda, foram as razões apontadas pelo presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente.

De recordar que em Novembro, um estudo sobre o processo eleitoral na República Democrática do Congo (RDC), elaborado pelo Centro de Estudos sobre o Congo (CRG, sigla em inglês), da Universidade de Nova Iorque, EUA, intitulado "As eleições de todos os perigos", apontava para a existência de um conjunto de graves falhas em toda a preparação das eleições gerais de 23 de Dezembro que vão ficar marcadas pela saída do poder de Joseph Kabila.

Nas conclusões do relatório elaborado pelo norte-americano CRG, destacam-se a intencionalidade da coligação no poder, liderada por Joseph Kabila, em adiar a realização de eleições com recurso a expedientes para os quais utilizou a Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI), o Governo e o Parlamento, elaborando propositadamente um orçamento para as eleições muito abaixo das necessidades e alocando meios técnicos e logísticos aquém do que seria esperado.