António Costa deveria ter visitado oficialmente Angola em meados de 2017 mas a divulgação pelo Ministério Público português da acusação a Manuel Vicente, por crimes graves, no âmbito da famosa operação "Fizz", levou à suspensão da deslocação.

Angola colocou, pela voz do Presidente João Lourenço, numa declaração pública em Janeiro último, como condição incontornável para o reatamento das relações bilaterais de alto nível o envio do processo de Manuel Vicente para os tribunais angolanos, o que veio a acontecer já este mês.

Com o rápido reatar da normalidade após o Tribunal da Relação de Lisboa ter decidido remeter o processo do ex-Vice-Presidente para as instâncias judiciais angolanas, como era exigido por Luanda, e extinguido, assim, o "irritante", como lhe chamaram diversas figuras da governação lusa, os dois ministérios que tutelam as diplomacias nacionais rapidamente reataram os preparativos da visita do primeiro-ministro português, que estavam suspensos há pouco mais de um ano.

"Tive o gosto de, há uma hora e meia, falar por telefone com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, doutor Manuel Augusto, para prepararmos entre as nossas equipas a próxima visita do primeiro-ministro a Luanda", anunciou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros português (MNE), Augusto Santos Silva.

O MNE português, deixando entender que o era para ambas as partes, afirmou mesmo que a deslocação oficial de António Costa a Luanda é agora "um objectivo totalmente prioritário".