Esta Cimeira da SADC foi convocada pelo Presidente da UA, e do Ruanda, Paul Kagame, onde estiverem os lideres da SADC e do seu órgão de Política, Defesa e Segurança (OPDS), os Presidentes da Zâmbia, Edgar Lungu, e da Namíbia, Hage Geingob, respectivamente, bem como João Lourenço e o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa (na foto com JLo), bem como representantes de cerca de uma dezena de países a diversos níveis.

A justificação para esta Cimeira de urgência é a situação complexa que resultou da divulgação, pela Comissão Eleitoral Independente (CENI) da RDC de Felix Tshisekedi, como vencedor provisório das eleições, relegando para a segunda posição Martin Fayulu.

Isto, quando a análise aos dados recolhidos a partir das máquinas de voto electrónico, feita por media internacionais como o Financial Times, apontam claramente em sentido contrário, coincidindo essa conclusão com a aquela que a Conferência Episcopal do Congo (CENCO) fez saber ter chegado, admitindo, todavia e apenas que os resultados "oficiais" não conferem com os que os seus 40 mil observadores recolheram no terreno.

Face a este cenário, e perante o claro perigo de um regresso à violência neste país, a denominada Dupla Troyka da SADC esteve hoje reunida na capital etíope para abordar este problema que aflige todo o continente africano, e o mundo.

Na comunicação emitida após a reunião, a SADC lançou um apelo aos políticos congoleses para "manterem a paz até que o recurso - colocado por Fayulu - seja analisado pelo Tribunal Constitucional.

É ainda dito que a SADC pede ao povo congolês que "dê prioridade à paz em tudo aquilo que fizerem" no âmbito deste "day after" eleitoral na RDC, país onde, desde a sua independência, nunca se registou uma transição de poder sem descambar em violência.

"Manter a calma e agir de forma a consolidar a democracia e preservar a paz e colocar nas instituições próprias quaisquer divergências de forma a cumprir com o estipulado pela Constituição", clama ainda a SADC.

Esta organização regional da África Austral, da qual faz parte a RDC e mais 14 países, incluindo Angola, endereça ainda um pedido à comunidade internacional para que "respeite a soberania e a integridade territorial da RDC", bem como o respeito pela Constituição do país e o processo eleitoral em curso até ao fim.

À comunidade internacional foi ainda pedido para que apoie o Governo da RDC para que mantenha a paz e um ambiente pacífico evitando atitudes que possam colocar em perigo a normalidade constitucional da RDC, garantindo a continuação do apoio da organização no combate "às forças negativas" e grupos armados que desestabilizam oo Congo na zona leste do país.