Ao NJOnline, o presidente da Fundação 27 de Maio, Silva Mateus, disse que a reconciliação que o MPLA defende "deve ser abrangente, para o bem da unidade nacional".

No comunicado do Bureau Político (BP) do MPLA é defendida a necessidade "do fortalecimento das bases de consolidação da paz e da reconciliação", bem como a de "proporcionar mecanismos para um diálogo convergente, no sentido de se curarem as feridas psicológicas nas famílias e nos que sobreviveram".

Silva Mateus referiu que "o MPLA já deveria ter pensado nisto há muito tempo, mas é bem-vinda esta posição".

"Porque, mesmo no seio do partido no poder, os problemas nunca foram bem resolvidos", acrescentou Silva Mateus.

Relativamente a um estudo elaborado pelo Governo sobre a reparação de danos às vítimas de repressão, de défices de governação ou de perseguição política, incluindo do 27 de Maio de 1977, Silva Mateus referiu que todas as iniciativas do Executivo em relação a este problema têm de contar a participação da Fundação 27 de Maio.

"Nós somos parte fundamental sobre o processo 27 de Maio. A nossa exclusão em qualquer iniciativa do Governo não será bem vista", alertou Silva Mateus, que defendeu também o afastamento de todas as tendências que visam o aproveitamento político desta iniciativa do BP do MPLA.

De recordar que o Bureau Político do MPLA analisou ontem, em Luanda, o plano que vai ser lançado para homenagear as vítimas de conflito políticos registados no País entre 1975 e 2002, período que compreende o 27 de Maio de 1977, aquele que foi um dos mais salientes episódios de violência política na história de Angola desde a sua independência e qual resultaram milhares de mortos, muitos dos quais até hoje por confirmar oficialmente.