A União Europeia (UE) aguarda o convite das autoridades angolanas para participar no processo de fiscalização das eleições gerais, que terão lugar em Agosto deste ano.

"Estamos interessados em fiscalizar o processo das eleições em Angola, mas até aqui o Governo angolano ainda não se pronunciou", disse o representante da organização em Angola, Tomas Ulicny.

O diplomata informou também que, durante o encontro que manteve com o presidente da CNE, André da Silva Neto, foram trocadas impressões, não só sobre o processo preparatório das eleições gerais em Angola, mas também sobre as relações de cooperação com a União Europeia.

Membros dos partidos políticos ouvidos pelo Novo Jornal defendem a presença dos observadores da UE durante as eleições.

"Se a União Africana e a SADC terão observadores, porque não a UE?", questionou António Neto, do PRS.

Sebastião Bengui, da FNLA, concorda que a presença dos observadores da União Europeia dá credibilidade ao processo eleitoral.

"O nosso desejo é que a UE esteja presente na fase de contagem de votos e isso tem a ver com o facto de acreditarmos que se trata de uma fase essencial de qualquer processo eleitoral", alegou.

Para o membro da CASA-CE, José Francisco Luti, "se os observadores internacionais declararem que as eleições gerais são livres, justas e transparentes não haverá razões para que se ponha em causa a credibilidade deste processo".

"Defendemos a presença deles nas eleições gerais que terão lugar no mês de Agosto", sublinhou.

Recorde-se que, nas eleições de 2012, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, avisou que a UE não iria estar presente durante as eleições gerais, anúncio que causou polémica nalguns círculos ligados aos partidos da oposição.

A UE negou enviar uma missão de observadores, justificando que o "Governo não prestou muita atenção às recomendações" feitas sobre as eleições de 2008.

Recolha de Assinaturas

No âmbito da realização das eleições gerais de Agosto, os partidos políticos já começaram a recolher as assinaturas, a nível nacional e nos círculos eleitorais províncias, para entregar ao Tribunal Constitucional.

A lei estabelece a recolha de 15 mil assinaturas por cada partido político. O vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse que todas as condições já estão criadas para a coligação participar nas eleições gerais de Agosto.

O secretário para os assuntos eleitorais da UNITA, Vitorino Nhany, garantiu que o partido torna público os seus cabeças de lista e os candidatos a deputados da Assembleia Nacional após a convocação das eleições, pelo Presidente da República.