A denúncia foi feita hoje pelo líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, durante uma conferência de imprensa que serviu para analisar a crise governativa e os efeitos da seca nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.

Para o deputado, o Executivo não deve ser o único actor na programação e implementação dos projectos, devendo auscultar a sociedade civil, as igrejas, as ONG com conhecimento e acção nas aéreas afectadas.

"Para combater a fome é prioritário adoptar uma cesta básica com produtos locais, comprados nas províncias vizinhas, e assim garantir a sua distribuição imediata", sugeriu.

Sobre a crise no sul do País, Adalberto da Costa Júnior disse que "o Grupo parlamentar da UNITA dirigiu à Assembleia Nacional a solicitação da realização de um debate urgente sobre a crise de governação actual, que afectou e interrompeu serviços mínimos às populações".

Relativamente à crise dos combustíveis, o deputado disse haver indicação de dívidas para com as empresas do sector petrolífero que condicionam a prestação de serviços, tais como a importação e distribuição dos derivados do petróleo.

"As comunicações públicas de diversas instituições responsabilizando outras áreas governativas, num ping -pong pouco digno, envolvendo governos provinciais, Sonangol, Governo central e mesmo a Casa Civil do Presidente da República, confessando incompetência, vieram adensar preocupações e acrescer exigências de responsabilidade e de prestação de contas regulares à Assembleia Nacional e ao cidadão", acrescentou.

A UNITA também se manifestou preocupada com o elevado número de mortes na Lunda Norte e em Cabinda, sem a aparente responsabilização e devido esclarecimento público, envolvendo forças da ordem, população e autoridades tradicionais.

Também segundo a UNITA, o fornecimento de água insalubre a amplos estratos da população, através dos sistemas canalizados da EPAL, está originar inúmeros problemas de saúde, tais como infecções urinárias, (...) surtos de malária e febre tifoide.

"Durante anos os angolanos foram fustigados com a propaganda do programa "Água para Todos", que já gastou milhares de milhões de Kwanzas dos cofres do Estado, mas manteve mais de metade dos angolanos sem acesso a água potável", frisou.