Em comunicado de imprensa divulgado hoje, a UNITA lamenta o aumento da criminalidade, a desvalorização da moeda, a débil distribuição de energia eléctrica e água, a intransitabilidade nas estradas nacionais, secundárias e terciárias.

"A UNITA solidariza-se com a luta dos trabalhadores filados na UNTA-CS e as demais centrais sindicais, associações profissionais e cidadãos ávidos de uma melhoria da sua condição de vida, com saúde, paz, dignidade, progresso, por isso, saúda e encoraja a realização da marcha", lê-se no documento.

A UNITA diz que tem acompanhado com apreensão o degradar da situação económica e social dos angolanos, que se consubstancia na diminuição dos rendimentos das empresas, trabalhadores e famílias, e na perda do poder de compra dos trabalhadores.

"Este estado de coisas tem aumentado a crise no seio das famílias angolanas, com consequências drásticas como a fome, a pobreza, o desemprego, aumento de mortes por doenças evitáveis que movem a consciência cidadã a levantar-se para exigir do Executivo uma solução eficaz dos problemas que o País enfrenta", diz o comunicado.

A UNTA-Confederação Sindical defendeu, esta quarta-feira, em Luanda, que o salário mínimo nacional deve estar no alinhamento da cesta básica, propondo que haja um aumento para os 80 mil Kwanzas em vez dos 22 mil actuais.

O secretário-geral da confederação sindical, Manuel Viagem, referiu que com a actual remuneração os trabalhadores perdem a cada dia e cada vez mais o poder de compra, tendo em conta que o salário mínimo actual é de 22 mil kwanzas, só para um quarto da cesta básica.

O responsável, que falava durante a conferência de imprensa sobre uma marcha de protesto a ser realizada este sábado, às 13horas, com partida na Alameda Manuel Van-Dúnem ao largo 1ª de Maio, frisou que, "perante o quadro sombrio quanto ao futuro, os trabalhadores públicos e privados vão protestar em defesa da dignidade, do emprego e do bem-estar social.

O processo de desenvolvimento económico e social, disse, "não deve estar desprovido de justiça, de liberdade, nem da protecção dos cidadãos.

Os trabalhadores e sindicalistas vão protestar contra o fraco poder de compra devido ao aumento dos preços dos produtos da cesta básica que, segundo os sindicalistas, está a criar convulsões no seio das famílias angolanas.

"Uma marcha de protesto com palavras de ordem: trabalho digno e vida digna, que tem como objectivo reclamar a ausência de medidas políticas credíveis do Governo contra a precariedade social e a precariedade do emprego", anunciou Manuel Viage, lembrando que "a cada dia mais empresas fecham e muitos trabalhadores são abandonados".