Uma revelação chegada a esta redacção, alicerçada num conjunto de pagamentos efectuados às empresas Befraxa e Fraxa, afectas ao vice-governador da província do Kwando Kubango para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, Bento Francisco Xavier, expõe um intrincado esquema de peculato através de vários contratos assinados com o Estado, alguns dos quais fictícios, avaliados em mais de 370 milhões de kwanzas.

Criada em 2007, a Befraxa & Filhos, Lda é uma sociedade comercial por quotas que tem como accionistas Bento Francisco Xavier e os seus filhos Edvaldo Dala Gregório Xavier e Edmar Ndala Manjinela Xavier, todos residentes em Menongue, sendo Bento Francisco Xavier o seu sócio-gerente.

A Fraxa Service-F.S, Limitada, criada em 2015, em nome de Bento Francisco Xavier e da sua filha Elisa Carmem Intumba Manjinela Xavier, à data dos factos menor de idade, é uma sociedade com capital inicial de um milhão de kwanzas, sendo sócio-gerente Bento Francisco Xavier.

Além de serem detidas pelo actual vice-governador do Kwando Kubango e recém-eleito membro do Comité Central do MPLA, quer a empresa Befraxa (constituída através das iniciais dos nomes de Bento Francisco Xavier), quer a Fraxa (Francisco Xavier) têm em comum o facto de terem recebido do Estado, entre 2016 e o início de 2019, elevadas somas na sequência de contratos para execução de obras públicas e de manutenção e conservação de bens e serviços.

Destes contratos, segundo apurou o Novo Jornal através do pagamento das ordens de saque a que teve acesso e outros documentos dos contratos, boa parte deles, senão mesmo 90 por cento deles, não foram executados, apesar de terem sido pagos na íntegra.

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