A discrição que tem marcado as saídas do Presidente da República não se observou na manhã de hoje durante a visita ao Centro de Formação Profissional do Cazenga, que deu nas vistas pelas fortes medidas de segurança, causadoras de dificuldades na circulação de pessoas e de viaturas no local.

Nas paragens de táxi habituais, como a do IFA, Asa Branca e Imbondeiro do Cazenga, muitas viaturas foram impedidas de efectuar o carregamento de passageiros, obrigando muitas pessoas, sobretudo trabalhadores e estudantes - maioritariamente dos bairros, Curtume, Terra Vermelha, Cazenga Popular e Tala-Hady - a caminhar até às paragens mais distantes, nomeadamente da linha férrea ou mesmo triângulo dos congolenses, em busca de transporte.

"Ficámos duas horas na paragem do IFA. Como não havia táxi decidimos vir apanhar o táxi no Asa Branca, mas infelizmente interditaram a via e também não há táxi. Por isso estamos a ir pegar o táxi na linha férrea para o centro da cidade", partilharam vários cidadãos interpelados pelo NJOnline.

Apesar dos constrangimentos à circulação, ao contrário do que era habitual na anterior governação, a jornada de campo presidencial não desencandeou "operações de cosmética".

Na Avenida Hoji Ya Henda, no troço Imbondeiro 5.ª Avenida, a via encontra-se degradada há vários anos, e, apesar de a caravana do Chefe de Estado ter feito esse percurso, não houve lugar a nenhuma "intervenção de última hora".

"Não mexeram na via, há lixos no chão, águas paradas e o Presidente passou mesmo assim? Não é normal", comentaram vários munícipes do Cazenga ouvidos pelo NJOnline.

Durante a visita ao Centro de Formação Profissional do Cazenga, onde recebeu explicações sobre o funcionamento de algumas das áreas, como laboratório e oficinas, o Presidente da República também foi sensibilizado para a carência de equipamentos modernos no espaço.

Segundo lembrou administrador do Cazenga, Albino da Conceição, o centro terá de adequar a sua actuação aos desafios das empresas angolanas, repto lançado pelo Chefe de Estado.

"O objectivo [da visita] foi constatar o que é feito em termos de formação profissional no País, e avançar para uma proposta daquilo que são os laboratórios e modernizar. Vamos ver o que aqui foi visto, e se permitirá ao PR dar orientações que possam trazer esta modernização que se pretende para os laboratórios", disse o responsável.

Para além da deslocação ao Cazenga, João Lourenço visitou o Centro de Integração de Formação Tecnológico (CINFOTEC), do Rangel.