Balbina da Silva, citada pela imprensa zambiana, anunciou que foi abolida a necessidade de visto para passaportes diplomáticos, oficiais e ordinários nos dois países.

Estas entradas permitem a estadia até 30 dias num e noutro país, embora se mantenha a necessidade de obter uma autorização formal em caso de permanência para trabalhar, estudar ou em caso de estadia para tratamento médico.

A Zâmbia passa assim a figurar na lista dos países africanos cujos cidadãos podem atravessar a fronteira com Angola sem visto, juntando-se ao Botsuana, Zimbabué, Seicheles e Maurícias, onde este tipo de reciprocidade já existe desde Março. Singapura, na Ásia, também concede e beneficia de idêntica reciprocidade.

A facilitação de emissão de visto para entrar em Angola resulta de um decreto Presidencial nesse sentido, assinado por João Lourenço, em Fevereiro deste ano, que determina ainda a facilitação do processo burocrático para obtenção de visto para 35 países europeus, incluindo todos os da União Europeia, e ainda um conjunto de países africanos, europeus fora da União Europeia, oito das Américas, sete da Ásia e três da Oceânia.

O fim da necessidade de visto, em formato de reciprocidade, com a Zâmbia, resulta de um acordo assinado em Janeiro, durante uma visita do Presidente angolano à Zâmbia, onde debateu o assunto com o seu homólogo Edgar Lungu.

A visita de João Lourenço a Lusaka marcou um reaproximar histórico entre os dois países vizinhos, que durante décadas estivarem quase congeladas devido ao legado deixado por anos de apoio zambiano, durante o consulado de Fredrick Titus Chiluba, entre 1991 e 2002, à UNITA de Jonas Savimbi, durante o conflito armado em Angola.