O director da cultura do município do Cazenga, Felisberto Cassua, explicou ao Novo Jornal online que algumas destes estabelecimentos já foram encerrados e a administração municipal está a averiguar quais são as que se encontram nesta situação para posterior encerramento.

"O administrador e o Comandante municipal realizaram uma visita de campo onde ordenaram o encerramento dessas casas. A fiscalização continua a trabalhar para encerrar as que faltam", garantiu o responsável da Cultura do Cazenga.

"Estamos preocupados com esta situação porque a prostituição está à vista de todos, e, como se não bastasse, são cada vez mais as menores que se encontram nestes locais", lamentou Maria Engrácia, moradora da rua-1 do Tanque do Cazenga.

De acordo com Adalberto kitumina, também morador na zona, esta realidade "começou a ficar mais visível deste o ano passado", sublinhando que "as casas que são encerradas pela administração, passado alguns meses, voltam a existir".

"A nossa preocupação é extrema porque essas casas estão dentro dos nossos bairros e de uma forma ou de outra vão induzindo os nossos filhos para tais práticas", lamentou este morador do bairro Adriano Moreira.

Para o sociólogo Carlos da Conceição, este comportamento enquadra-se, do ponto de vista da sociologia, "num procedimento desviante das estruturas socias".

"Ou seja, quando dentro de uma sociedade surgem determinadas realidades que não respeitam a coesão social, acabam por desviar o comportamento dos jovens", notou Carlos da Conceição.

O sociólogo acrescentou ainda que, tratando-se de uma situação que é comum em determinadas realidades sociais, mais pobres e com menos protecção para os direitos das crianças, "estas situações, que surgem de forma clandestina, facilitam a que os adultos vão aliciando as crianças que se encontram numa situação de fragilidade".

"Aliás, com a desestruturação de muitas famílias, é mais difícil às menores resistirem a este aliciamento", disse o sociólogo.