Depois da intensa e prolongada chuva da madrugada de Domingo para hoje, os taxistas de Luanda encurtaram os trajectos e subiram os preços da corrida de 150 para 200 kwanzas.

Perante esta decisão, justificada pelos motoristas de candongueiro com a dificuldade em circular em algumas ruas e estradas no interior dos bairros, os utentes do serviço colectivo de táxi queixam-se das dificuldades criadas e alguns foram obrigados a fazer, como constatou o Novo Jornal Online, quilómetros a pé para evitar pagar duas ou mais corridas.

Uma das utentes com quem o Novo Jornal falou, Maria Pedro, viu-se obrigada a levantar-se umas duas horas mais cedo que o habitual porque já adivinhava que iria ter de lidar com esta "surpresa".

"Sempre peguei o táxi da Vila até à Cuca, mas hoje, infelizmente, tive que apanhar um táxi que fazia linhas curtas, ou seja, da Vila até à Estalagem e depois apanhar outro para a Cuca. Mesmo madrugando, não consegui me livrar desta situação constrangedora", desabou esta funcionária de um supermercado.

José Vunda, funcionário público, também não foi surpreendido pela medida dos motoristas de candongueiro.

"Estas situações não são de hoje, é mais uma razão para as entidades que regulam os preços da corrida de táxi fiscalizarem quando chega à época chuvosa. Se chover durante uma semana, nós, que utilizamos estes transportes, passaremos mal", disse o funcionário público que se viu obrigado a pagar 200 kwanzas do Palanca até ao 1º de Maio.

Mas os taxistas também têm argumentos para esta alteração à distância das corridas e ao aumento dos preços.

Júlio Cardoso, taxista que percorre a linha de Viana ao 1º de Maio, o mau estado de algumas vias é a razão para passar aos trajectos curtos porque isso permite gerir melhor alguma avaria devido às enchentes nas estradas.

"Os taxistas não são obrigados a fazerem linhas longas, independentemente de chover ou não, às vezes arriscamos, mas quando chega à época chuvosa fazemos linhas curtas porque há certas vias que estão em muito mau estado", disse este motorista.

Chuva destrói sete residências e derruba sete árvores

Para além do impacto nas estradas de Luanda, as chuvas da madrugada provocou ainda estragos em residências e derrubou árvores.

De acordo com o porta-voz dos Serviços de Bombeiros e Protecção Civil de Luanda, Faustino Minguês, dezenas de árvores foram derrubadas e centenas de casas ficaram inundadas, a maioria no município de Viana, onde há ainda registo de pelo menos sete casas destruídas.

Houve ainda um aumento significativo das bacias de retenção do município do Cazenga, criando riscos de eventuais inundações se continuar a chover intensamente.

Faustino Minguês acrescentou ainda que a recolha de dados sobre o impacto da chuva continua em conjunto com as administrações municipais de Luanda