Segundo o juiz de causa, José Lopes, ficou provado em tribunal que os réus criaram, em 2013, uma página na rede social "Facebook" denominada Predicar Angola, e deram início à mobilização de membros para pertencerem ao Estado Islâmico Angola, jurando fidelidade e obediência às ideologias islâmicas radicais, do senhor ABUBAKAR, líder do autoproclamado Estado islâmico.

A sentença lida hoje, sexta-feira, determinou três anos de prisão efectiva para os réus Angélico da Costa, Joel Paulo, Bruno dos Santos e Lando José, e a absolvição para os arguidos Ana Júlia Kieto e Dala Justino Camuejo, por falta de provas.

Segundo o tribunal, os condenados vão ter de pagar 50.000 kz de taxa de Justiça e 20.000 kz de indemnização.

O Tribunal Provincial de Luanda concluiu ainda que os quatros condenados já tinham dado início à mobilização de membros para este grupo e que só não viajaram para o exterior, para se juntarem ao Estado Islâmico, por falta de recursos financeiros.

No fim do julgamento, o advogado de defesa, Sebastião Assureira, disse à imprensa que o tribunal decidiu sob pedido do Ministério Público e não foi justo.

" Todos eles deviam ser absolvidos porque não existiam provas que levassem à condenação dos réus", disse, acrescentando: "Tudo o que foi dito aqui foi com base na suposição e não há factos concretos, pois eles não criaram uma organização terrorista e não existem crimes na forma tentada. É mais uma palhaçada de mau gosto que infelizmente o tribunal prestou".

Sebastião Assureira prometeu recorrer da decisão do tribunal nos próximos dias, e lembrou que "em todos os processos que têm a ver com a segurança do Estado há sempre condenação".

"Foi feito tudo menos justiça, nós somos muçulmanos e não terroristas, e não ficou nada provado aqui, a minha casa era, segundo o tribunal, usada para reunião, eu como proprietário da casa fico solto?", Questiona-se o declarante do processo, Hadme Campos que defende que as provas foram produzidas.

Domingas da Costa Miguel, irmã do agora condenado Angélico da Costa, disse ao Novo Jornal Online que a condenação do seu irmão foi feita por suposição e não por provas, pois para ela o caso já é de questão política: "Querem mostrar à comunidade internacional que Angola está a lutar contra o terrorismo".