Segundo a mesma fonte, que falou à agência Lusa, o Serviço de Investigação Criminal (SIC), central e provincial, conseguiu identificar alguns suspeitos desses homicídios, "tendo procedido à detenção e apresentação dos mesmos ao magistrado do Ministério Público".

Os detidos, em número não revelado, são efectivos na 32.ª Esquadra da Polícia Nacional, sendo que dois estão "a responder em processo disciplinar por violação de normas na condução de detidos, amplamente divulgado nas redes sociais".

Além da abertura de um inquérito para "determinar as circunstâncias em que os factos ocorreram", as autoridades prosseguem com diligências "no sentido de proceder à detenção de mais envolvidos", adianta a fonte do Ministério do Interior que falou à Lusa.

Os corpos dos cinco jovens, com idades em torno dos 20 anos, foram encontrados por populares no passado dia 14 de Novembro, no Bairro da Lixeira, Kilamba Kiaxi, em Luanda, com perfurações de balas.

Na altura, o Comando Provincial da Polícia Nacional de Luanda divulgou um comunicado onde explicava que os cadáveres, todos do sexo masculino, foram descobertos por populares.

Rasto de assassinatos de grupos de jovens em Luanda

A cidade de Luanda tem um histórico de assassinatos de grupos de jovens, cujos corpos acabam por ser encontrados na via pública e em locais de fácil acesso, como se a intenção fosse mesmo essa: permitir a sua rápida localização.

Um dos mais conhecidos casos foi a morte de oito jovens, no Sambizanga, em 2008, que ficou conhecido como o crime da Frescura, acabando por se provar que foram mortos por um comando constituído por elementos da polícia.

Mais recentemente, em Janeiro, no Bairro 11 de Novembro, foram encontrados os corpos de quatro jovens em circunstâncias semelhantes.

Em Março foram encontrados dois jovens mortos a tiro, no Cazenga, e, entre outros, há ainda os cinco jovens assassinados a tiro, em diversos locais de Luanda, no mesmo dia, em Junho último.

Já no início do passado mês de Novembro, num encontro em Luanda com a sociedade civil, o Governo provincial e organismos do Estado, o ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, mostrou-se preocupado com a vaga de crimes que assola a cidade de Luanda, tendo mesmo apelado a que as populações se organizem localmente para ajudarem a polícia no combate à criminalidade.