"Se antes Angola demonstrava reservas em relação à carne brasileira, hoje o país africano se transformou num dos maiores compradores dos nossos produtos", avança o empresário Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura do Brasil e presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Em entrevista à publicação online Sputnik Brasil, o responsável revela que "Angola se deu conta de que não havia, como não há, nenhum problema com a carne brasileira e que nós tratamos com a maior seriedade. Então, Angola voltou a comprar a carne brasileira e voltou com muito mais força".

As declarações do empresário brasileira surgem meses depois de ter rebentado o escândalo da "Carne Fraca", que, em Março, levou Angola a suspender as importações de carne ao Brasil.

Na base da decisão angolana esteve a descoberta, pelas autoridades brasileiras, de subornos a directores de empresas para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados, mas adulteradas.

Entre as práticas ilícitas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspecto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

escândalo não se repercutiu contudo nos negócios do Brasil com o mercado africano, revela a Associação Brasileira de Proteína Animal, que, para além do crescimento em Angola registou subidas no Egipto, Moçambique, Congo e Benim.

"Eu diria que 63% dos países da África estão comprando a carne do Brasil. E a tendência é de que este percentual cresça ainda mais", avança Francisco Turra, que também é presidente da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nasceu da junção da União Brasileira de Avicultura e da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.